Reuters
07/06/2002 - 18h02

Cardeal acusa mídia de "táticas nazistas" por divulgar pedofilia

da Reuters, em Roma

O cardeal de Honduras, Oscar Rodriguez Maradiaga, considerado possível sucessor do papa João Paulo 2º, atacou a mídia dos Estados Unidos hoje, pelo que chamou de "táticas nazistas e stalinistas contra a Igreja Católica" na cobertura dos escândalos de pedofilia.

Ele acusou Ted Turner, vice-presidente da AOL Time Warner e fundador da rede CNN, de ser "abertamente anticatólico".

"Sem falar em jornais como o 'New York Times', 'Washington Post' e 'Boston Globe', que são protagonistas do que não hesito em definir como perseguição à Igreja,'' disse o cardeal em entrevista à revista católica "30 Giorni" ("30 dias").

Rodriguez acusou a mídia norte-americana de agir com "fúria que lembra os tempos de Dioclesiano e Nero e, mais recentemente, de Stalin e Hitler", em referência a imperadores tiranos romanos e a ditadores do século 20.

"Não deveria haver caça às bruxas na Igreja", opinou.

O artigo do "30 Giorni" parece ser parte dos esforços da mídia católica italiana para marcar posição contra as críticas à Igreja nos EUA, antes do encontro em Dallas na próxima semana, quando os bispos norte-americanos debaterão os abusos sexuais cometidos por padres.

No mês passado, um jornal patrocinado pelo Vaticano atacou a mídia norte-americana por seu comportamento "mórbido" na cobertura do escândalo.

Na entrevista, Rodriguez Maradiaga afirmou que o cardeal de Boston, Bernard Law, em cuja diocese começou o escândalo de pedofilia nos EUA, é um "amigo da América Latina" e que foi "interrogado com métodos que lembram os dias dos julgamentos stalinistas de religiosos da Igreja no leste Europeu".

Para ele, a mídia norte-americana está concentrada no escândalo de pedofilia para atacar a Igreja, por causa de seu apoio à criação de um Estado palestino e por sua oposição ao aborto, eutanásia e pena de morte.
 

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