Reuters
11/06/2002 - 09h57

Conheça os principais nomes da Loya Jirga

da Reuters, em Cabul (Afeganistão)

A grande assembléia de líderes tribais do Afeganistão, conhecida como Loya Jirga, começou hoje com a missão de escolher o governo do país pelos próximos dois anos, quando se realizarão eleições diretas.

Desavenças entre facções, confusão e temores de violência pairam ameaçadoramente sobre o encontro, que, para a ONU (Organização das Nações Unidas), é um passo fundamental no processo de transição dos 23 anos de pobreza e conflito no país para um futuro de paz e estabilidade.

Leia a seguir os perfis de alguns dos principais participantes da Loya Jirga.

Mohammad Zahir Shah
O ex-rei Zahir Shah dirigiu o país até 1973, quando foi derrubado por um golpe palaciano.

Reuters - 1.out.2001
Zahir Shah, ex-rei do Afeganistão
Temendo um banho de sangue, o ex-monarca preferiu recolher-se ao exílio, desaparecendo do cenário político de um país a partir de então quase ininterruptamente imerso em conflitos armados.

Simpatizantes dele esperam que seu status ajude a unir grupos étnicos rivais sob uma mesma bandeira nacional.

Nascido em Cabul, em 15 de outubro de 1914, Zahir assumiu o poder em 1933 depois de seu pai ter sido assassinado.


Hamid Karzai
Líder da grande tribo Popalzai, um dos maiores grupos pashtus do país, Karzai, atual presidente afegão, tem tudo para querer continuar no poder.

Reuters - 31.jan.2001

Hamid Karzai, líder do governo interino do Afeganistão
Um homem alto de 44 anos, ele ajudou a patrocinar combatentes no sul do país e assumiu o posto de vice-ministro das Relações Exteriores entre 1992 e 1994, depois de os mujahidin (combatentes sagrados) terem derrotado os comunistas.

Assumiu a liderança de sua tribo em julho de 1999, após o assassinato do pai, supostamente pelo Taleban.


Burhanuddin Rabbani
Ex-presidente, o professor de barba branca de uma escola de direito islâmico assumiu e perdeu o poder por várias vezes.

Rabbani, 62, tem ligações profundas com o período sangrento do governo mujahideen, que expulsou os soviéticos em 1989 e derrubou o governo comunista em 1992.

Membro da etnia tadjique, lidera o partido fundamentalista Jamiat-i-Islami desde 1972. Apesar de ter se tornado o segundo líder do governo mujahidin em 1992, parece ter detido pouco poder efetivamente. Seus então principais assessores são hoje fortes candidatos a ocuparem a liderança do futuro governo.


Yunis Qanuni
Atual ministro do Interior, Qanuni era uma figura próxima de Ahmad Shah Masood, o famoso comandante assassinado por ativistas árabes em setembro passado.

Qanuni, 45, substituiu Masood como chefe político do Jamiat-i-Islami. Quando os soviéticos invadiram o país, Qanuni refugiou-se nas montanhas para atuar ao lado de Masood. Depois de os mujahidin terem controlado Cabul, Qanuni assumiu o posto de porta-voz da chancelaria do país. Ele sobreviveu a um atentado em 1993, e anda atualmente mancando com a ajuda de uma bengala.


Abdullah Abdullah
O chanceler Abdullah Abdullah, 42, tornou-se a figura mais conhecida da liderança da Aliança do Norte devido a seu inglês fluente. Abdullah também fala francês.

O chanceler, de origem mestiça tadjique e pashtu, formou-se em medicina em 1983. Mais tarde, uniu-se às forças de Masood como chefe do departamento de saúde.


Mohammad Fahim
Por um longo período vice, e chefe de inteligência, de Masood, o general Fahim assumiu a pasta de defesa depois do assassinato de seu líder. Fahim, ao lado de Abdullah e de Qanuni, forma o triunvirato de poder da Aliança do Norte. Ele é o que tem menos visibilidade dos três.


Abdul Rashid Dostum
Vice-ministro da Defesa, o general Dostum é um líder uzbeque com a fama de cometer brutalidades em sua liderança da cidade de Mazar-e-Sharif (norte).

Dostum, 47, não deve mostrar-se um forte candidato para governar o Afeganistão, mas ele comanda uma força que pode ter influência na escolha desse nome.


Ismail Khan
Veterano comandante da oposição afegã, Khan, conhecido como o "Leão de Herat", é uma figura de características raras no Afeganistão -conseguiu fama não apenas por suas habilidades bélicas, mas também por evitar selvagerias.

Khan não é considerado um candidato forte por falar persa, o que seria provavelmente inaceitável para um país cuja maior etnia é a pashtu.

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