Reuters
12/06/2002 - 09h36

Rumsfeld pressiona Índia e Paquistão a reduzir as tensões

da Reuters, em Islamabad

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, disse hoje que a Índia deu um passo positivo no sentido de evitar uma guerra com o Paquistão, mas Washington ainda espera mais redução na tensão entre as duas potências nucleares do sul da Ásia.

Rumsfeld reuniu-se com ministros indianos, antes de embarcar para Islamabad (Paquistão). Antes mesmo da chegada dele, o governo paquistanês disse que ainda espera que a Índia aceite negociar frente a frente a questão da Caxemira, onde age uma guerrilha separatista islâmica.

"Sentimos que os passos que estão sendo dados são construtivos", declarou Rumsfeld após encontro com o secretário de Defesa da Índia, George Fernandes, que disse haver consenso em torno "da criação de uma melhor atmosfera" na região.

"Não foram divulgados detalhes das reuniões, na qual Rumsfeld chegou dizendo que não apresentaria "uma proposta única".

Índia e Paquistão já travaram duas guerras pela disputa da Caxemira desde 1947. Agora, os indianos acusam os paquistaneses de darem ajuda militar à guerrilha separatista. O Paquistão admite apenas apoio diplomático à causa. Os dois países mantêm cerca de 1 milhão de soldados na fronteira, prontos para um conflito.

A Índia já reabriu seu espaço aéreo para aviões paquistaneses e retirou seus navios de guerra que patrulhavam o litoral do Paquistão. Ainda assim, Islamabad quer mais.



"Em uma situação em que as forças indianas estão concentradas na fronteira com o Paquistão, em uma perigosa postura de confrontação, as decisões indianas não tocam nas principais causas da tensão", disse um comunicado da chancelaria paquistanesa. "Confiamos que o governo indiano anuncie em breve mais medidas que levem à restauração do diálogo", prosseguia a nota.

Musharraf condenou publicamente os dois atentados que levaram à atual situação -um contra o Parlamento indiano, em dezembro, e outro contra um quartel na Caxemira, no mês passado. Ele também se comprometeu a vigiar a fronteira provisória a fim de evitar que guerrilheiros muçulmanos invadam a parte sob controle da Índia.

Ontem, os dois lados voltaram a trocar disparos na fronteira, em um incidente qualificado pela Índia como rotineiro.

A Índia quer combater a revolta separatista antes das eleições locais do fim do ano, vistas por Nova Déli como um fator de legitimação de seu domínio na área. Já Islamabad acusa as "forças de ocupação" da Índia de promoverem abusos aos direitos humanos e fraudar as eleições.

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