Reuters
13/06/2002 - 19h45

Governo da Venezuela pede fim de rumores sobre novos conflitos

da Reuters, em Caracas

O governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu hoje o fim da "guerra" de rumores sobre iminentes confrontos armados e outro golpe militar, que estão provocando tensão e medo no país.

O ministro da Defesa, o general Lucas Rincón, disse que os organismos de inteligência e segurança do Estado estão investigando uma série de mensagens eletrônicas e panfletos que conclamam a população a estocar comida, água e velas por causa da iminência de conflitos armados.

"Faço um chamado à reflexão, à consciência destas pessoas, porque esta é outra maneira de fazer terrorismo", disse Rincón. "Com esta guerra de panfletos, de e-mails, chamando à confrontação e causando pânico, assim não vamos seguir adiante."

Esta foi a terceira referência do governo Chávez aos rumores em uma semana. Rincón disse que os autores das mensagens são "senhores que parecem que não têm espírito, nem alma, nem corpo, nem coração e que estão amedrontando a população".

O ministro também afirmou que a maioria dos militares está "trabalhando e contente, cumprindo seu dever e sua missão".

Chávez foi retirado do poder por um breve golpe em 12 de abril e voltou à Presidência pelas mãos de militares aliados. Ele enfrenta uma crescente oposição civil e divisões entre as Forças Armadas, em meio a uma profunda recessão, alto nível de desemprego e inflação.

"Spams"
Uma das mensagens eletrônicas desta semana, atribuída a um grupo de oficiais de médio escalão, disse que a população precisa se preparar para o confronto com os "círculos assassinos chavistas".

Outra mensagem, divulgada hoje pela Câmara de Venezuela-Americana de Comércio (VenAmCham), advertiu que é necessário um "plano de contingência" para o caso de uma explosão social. "Devemos estar preparados para ficar em casa por alguns dias e estar preparado significa ter suficiente comida não-perecível que nos sirva por uma semana."

Também nesta semana, o Departamento de Estado norte-americano pediu "precaução" aos cidadãos do país que planejam viajar à Venezuela, quarto exportador mundial de petróleo, "devido ao instável clima político e da situação de segurança".

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