Reuters
18/06/2002 - 18h51

Australianos reconstroem sistema imunológico de camundongo

da Reuters, em Sydney

Cientistas australianos usaram células-tronco para criar um órgão fundamental ao sistema imunológico em camundongos, o que representa uma esperança de também recuperar a defesa em pacientes com Aids e câncer. "Estamos bastante confiantes de que a técnica poderá ser aplicada em humanos em três ou cinco anos", disse Jason Gill, da Faculdade de Medicina da Universidade Monsah, em Melbourne.

Gill e o pesquisador Richard Boyd disseram hoje que descobriram "uma pequena população de células que podem dar origem a um timo completo e funcional". O timo, um pequeno órgão linfóide localizado no pescoço, é bastante importante na geração de células vitais para o sistema imunológico, incluindo as células-T, que combatem infecções.

Entretanto, essa capacidade do timo de gerar células-T é drasticamente reduzida com envelhecimento, vírus, quimioterapia ou anomalias genéticas. Aos 20 anos, o único órgão que produz células-T, passa a funcionar com 1% de sua capacidade.

Os pacientes com HIV/Aids sofrem de infecções graves porque seu sistema imunológico é destruído à medida que o vírus mata grandes quantidades de células-T. "Por essa razão, há a necessidade de substituir o timo em pessoas com o vírus ou que se submetem à quimioterapia", afirmou Boyd.

Os dois pesquisadores, cujo estudo está publicado na edição de hoje da revista "Nature Immunology", afirmaram ter desenvolvido timos em vários camundongos. Eles acreditam que o mesmo pode ser conseguido em humanos, já que o sistema de defesa dos animais é bastante parecido.

"Pode-se usar a terapia gênica para fazer algo resistente à infecção pelo HIV. Poderemos até conseguir criar um timo que é resistente à quimioterapia", acrescentou Boyd.

Segundo o pesquisador, o timo, que tem o tamanho de uma ervilha, cresceu em ratos após uma injeção subcutânea de células-tronco epiteliais. Depois de crescer, ele pode ser transplantado para outro lugar, afirmou Boyd.

Até agora, o transplante de timos tem apresentado sucesso limitado, uma vez que invariavelmente são rejeitados pelo paciente receptor.
 

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