Reuters
18/06/2002 - 21h57

Ambientalistas pedem mais ação e menos palavras em cúpula

da Reuters, em Estocolmo

A Cúpula da Terra de Johanesburgo, marcada para agosto, precisa manter o foco em calendários e objetivos concretos, disseram especialistas reunidos em Estocolmo para decidir a agenda do encontro, que discutirá a redução da pobreza e o ambiente mundial.

Cerca de 250 cientistas, autoridades governamentais e ambientalistas de 66 países reuniram-se na segunda e terça-feira em Estocolmo para marcar os 30 anos do acordo assinado por 114 nações para proteger o ambiente.

"Quando se encontrarem em Johanesburgo, tenham em mente que seus filhos e os filhos deles sofrerão se nenhuma ação for tomada agora", disse Afifa Raihana, presidente da organização jovem ambientalista Step, de Bangladesh.

Apesar da mensagem, muitos ambientalistas acham que o encontro de Johanesburgo está fadado ao fracasso. Para eles, o texto preparatório à reunião, finalizado em Bali, é insatisfatório.

O ministro do Ambiente da Suécia, que defende mais ações e menos palavras sobre o ambiente, espera que os principais temas do encontro da África do Sul sejam finanças e comércio.

Ele disse que o texto de Bali contém uma exigência lógica do grupo dos países em desenvolvimento, o G7, para os Estados Unidos abrirem o mercado para os produtos das nações pobres.

Mas Dianne Dillonridgley, diretora do grupo de energia renovável norte-americano Green Mountain, disse que as palavras da declaração final da conferência não são tão importantes quanto a presença do tema do desenvolvimento sustentável na agenda internacional.

"O ponto central do Encontro de Johanesburgo não é o texto. É chamar a atenção das pessoas e dos setores para o desenvolvimento sustentável", disse.

A Suécia vem liderando os temas ambientais no mundo por décadas. O país tomou a iniciativa e foi sede da primeira conferência global sobre o assunto, em 1972. Também foi um dos poucos países que mantiveram a promessa de destinar 0,7 de seu PIB (Produto Interno Bruto) para ajuda ao desenvolvimento, conforme acertado na conferência do Rio de Janeiro em 1992.

"Durante 30 anos, 15 países em desenvolvimento reduziram à metade o número de cidadãos vivendo em pobreza extrema", disse o ministro da Cooperação para o Desenvolvimento da Suécia, Jan Karlsson. "Nunca tantas pessoas deixaram a pobreza para trás como durante estas décadas. Mas podemos fazer mais e temos de fazer rápido."

O objetivo da ONU é reduzir à metade o número de pobres no mundo até 2015.
 

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