Países árabes querem evitar fuga de turistas para o Ocidente
da Reuters, em AlexandriaOs países árabes querem incentivar o turismo interno para bloquear a saída do fluxo de dólares para fora da região do Oriente Médio, disseram hoje autoridades.
"Não podemos continuar assim. Precisamos agir. Há um limite para a paciência", disse o ministro do Turismo do Egito, Mamdouh el-Beltagi, em encontro na cidade de Alexandria.
O turismo no Oriente Médio caiu cerca de 30% depois dos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos. O índice, segundo o ministro jordaniano do Turismo, Taleb Rifai, é muito maior do que em qualquer outra parte do mundo.
O conflito entre israelenses e palestinos também prejudica a atividade. Rifai disse que os turistas árabes gastam US$ 26 bilhões por ano fora de seus países e de países árabes.
O turismo entre países árabes representa cerca de 40% da atividade na região.
Segundo Rifai, em outras partes do mundo, 80% do turismo é representado por pessoas da mesma região.
"O turismo é a indústria essencial para milhões de pessoas no mundo árabe", disse o ministro, acrescentando que a atividade representa 10% do PIB (Produto Interno Bruto) da Jordânia.
O país perdeu 10% de turistas, ou US$ 190 milhões, nos primeiros quatro meses de 2002, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo autoridades.
Entretanto a Jordânia recebeu 25% a mais de turistas árabes no ano passado do que em 2000. O país espera ainda aumento de 15% a 20% neste ano.
Propostas
Beltagi disse que o Egito está oferecendo desconto de 50% em hotéis para visitantes árabes. Em documento, o país afirmou que relaxou as exigências para emissões de vistos, com o objetivo de atrair mais turistas dos países vizinhos.
Segundo o xeque Sultan bin Jassem al-Thani, chefe da Autoridade do Turismo do Qatar, muitos turistas do país preferem agora ficar em casa ou ir para países como Egito, Líbano, Marrocos e Tunísia.
O Qatar espera ter 68% de taxa de ocupação nos hotéis na primeira metade de 2002. No ano passado, a taxa ficou em 63%, ajudada pela conferência da Organização Mundial do Comércio.
Leia mais no especial Oriente Médio