Reuters
26/06/2002 - 11h19

Presidente iugoslavo demite principal militar de Milosevic

da Reutes, em Belgrado

A ameaça da principal autoridade militar do ex-dirigente iugoslavo Slobodan Milosevic em Kosovo ao atual presidente do país desapareceu hoje, dando lugar a especulações de que o oficial pode ser enviado em breve para o tribunal de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas (ONU) em Haia.

O general Nebojsa Pavkovic foi demitido na segunda-feira (24) do cargo de chefe de gabinete das Forças Armadas pelo presidente Vojislav Kostunica. O oficial afirmou não aceitar sua demissão "ilegítima" e prometeu contestá-la.

Mas Kostunica recebeu na terça-feira (25) o apoio dos principais líderes militares do país a sua decisão de demitir o ex-aliado de Milosevic, sob investigação do tribunal da ONU por sua atuação na Província de Kosovo no ano de 1999.

Segundo o jornal iugoslavo Nacional, citando um analista de assuntos militares, Pavkovic, agora destituído de seu posto, poderia ser extraditado para o tribunal da ONU, em Haia, onde já são julgados Milosevic e outras autoridades do governo dele.

A saída de Pavkovic deixa Milan Milutinovic, atual presidente da Sérvia, como a única autoridade de alto escalão a sobreviver à queda de Milosevic. Milutinovic é acusado no tribunal de Haia de ser responsável por crimes de guerra e pode ser extraditado ao final de seu mandato.

Pavkovic prometeu inicialmente questionar sua demissão junto ao Parlamento do país. Depois, na terça-feira, afirmou ter apresentado uma queixa junto à corte constitucional sobre o modo como foi demitido.

Kostunica dispensou o general por decreto depois de o Conselho Supremo de Defesa ter se recusado a aceitar a saída dele. A medida foi criticada por outros membros do bloco reformista que tirou Milosevic do poder em 2000.

Mas países do Ocidente mostraram-se satisfeitos por ver Pavkovic fora do cargo.

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