Reuters
26/06/2002 - 15h06

Farc põem em xeque o governo colombiano com ameaças a prefeitos

da Reuters, na Colômbia

A principal guerrilha da Colômbia, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), sugeriu aos prefeitos do país que renunciem antes da meia-noite de amanhã, para evitar que sejam sequestrados ou assassinados.

Reuters - 22.mai.2002
Alvaro Uribe, presidente eleito da Colômbia
A ameaça das Farc contra os 1.097 prefeitos do país é um sério desafio ao funcionamento do governo do presidente Andrés Pastrana, que dará posse a seu sucessor, Álvaro Uribe, em 7 de agosto.

"Os prefeitos que não cumprirem essa determinação poderão ser retidos e, se necessário, executados", disse um comunicado das Farc lido na noite de ontem por Byron, comandante de uma frente rebelde.

"Chegou a hora de todos nós colombianos construirmos um novo poder popular, digno, soberano, honesto e democrático, para o qual devemos começar por não reconhecer as velhas instituições e os representantes do Estado burguês latifundiário", dizia o comunicado.

É a primeira vez que um chefe rebelde admite a existência de ameaças contra os prefeitos. Vários deles apresentaram a renúncia, mas o governo não aceitou, por considerar que foram pedidas sob pressão. O governo ofereceu proteção especial aos prefeitos e suas famílias e autorizou que trabalhem em quartéis ou nas capitais regionais.

As ameaças se estendem a vereadores, juízes e promotores, inclusive em Bogotá, Cali e Medellín onde os políticos já costumam andar em carros blindados. Neste ano, oito prefeitos foram assassinados. Byron disse que os guerrilheiros vão caçar os prefeitos de interior que tentarem despachar nas grandes cidades.



"O Estado declarou guerra total, nós respondemos de maneira política, desconhecendo seus representantes e leis", disse, escoltado por vários guerrilheiros armados em uma casa na zona montanhosa.

Vestindo farda verde-oliva, boné camuflado e portando um fuzil Galil, israelense, Byron disse que a decisão de parar o funcionamento dos governos municipais é uma resposta ao fim do processo de paz com o governo.

O presidente Pastrana rompeu as negociações em fevereiro, acusando as Farc, que têm 17 mil homens, de usar uma zona desmilitarizada para esconder reféns, treinar combatentes e traficar drogas e armas.

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