Reuters
27/06/2002 - 18h42

George Lucas faz as pazes com os fãs em "Ataque dos Clones"

da Reuters, em São Paulo

Apagam-se as luzes. Na tela, a introdução: "Há muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante..." sob o som de uma das mais clássicas trilhas sonoras da história da sétima arte. Isso já é razão suficiente para atrair e arrepiar qualquer fã de "Guerra nas Estrelas".

Resta saber se "Episódio 2: O Ataque dos Clones", que estréia na segunda-feira no Brasil, vai conseguir empolgar os admiradores da série, que ainda carregam na memória a decepção com o insosso "Episódio 1: A Ameaça Fantasma", lançado em 1999 -um sucesso de bilheteria, mas alvo de críticas afiadas da mídia especializada.

"Ataque dos Clones" se passa dez anos após "Ameaça Fantasma". Padmé Amidala (Natalie Portman) já não é rainha do planeta Naboo, mas continua na política como senadora. Ela é alvo de um movimento separatista que a quer destruir, e por isso precisa ser amparada por Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) e por Anakin Skywalker (Hayden Christensen), agora com 19 anos.

Enquanto Obi-Wan banca o detetive para procurar quem está tramando a morte da senadora, Anakin recebe a missão de protegê-la e segue com ela para Naboo.

No afável planeta, os dois brincam, rolam na relva e -bingo!- se apaixonam. Mas o amor deve ser mantido em segredo, uma vez que um Jedi não pode se casar (vale lembrar que dessa relação proibida nascem a princesa Leia e o herói Luke Skywalker).

Paralelamente, Obi-Wan viaja para um mundo fora da galáxia, encontrando os vilões Jango Fett (Temuera Morrison) e Conde Dookan (Christopher Lee). E para o deleite dos fãs, o mestre Yoda mostra seu talento ao manejar sabres de luz e Jar Jar Binks, o ser desajeitado do episódio anterior, aparece pouco.

Em "Ataque dos Clones", Lucas parece ter feito as pazes com sua criação e com seus admiradores.

"Não me decepcionei tanto com 'Ameaça' porque já não estava esperando muita coisa. Mas gostei muito de 'Clones'", opinou Roberto Fabrício, 31, vice-presidente do Conselho Jedi de São Paulo.

"Os efeitos especiais batem 'Senhor dos Anéis' e 'Homem-Aranha', não dá para comparar. E o Hayden (Christensen) realmente superou as expectativas, ele está muito bem'', continuou.

Angústia e sucesso garantido

Não é difícil perceber qual é o epicentro do dilema do cineasta George Lucas: ele precisa segurar -e manter- a responsabilidade de ser o criador da mais cativante mitologia do século 20.

Lucas tem toda a história na cabeça, em nove capítulos, divididos em três trilogias. Mas decidiu começar pelo meio, com "Uma Nova Esperança" (1977), "O Império Contra-Ataca" (1980) e "O Retorno de Jedi" (1983).

De quebra, introduziu efeitos especiais inimagináveis há 25 anos e criou personagens célebres como Leia, Luke e o vilão Darth Vader.

A catarse foi completa. Fãs-clubes espalharam-se pelo mundo todo e o diretor ganhou status de "mago". A expectativa para uma outra trilogia só aumentou e, 16 anos depois de "O Retorno de Jedi", Lucas lançou a primeira parte da saga, "A Ameaça Fantasma".

Mas os personagens criados não conseguiram segurar a trama. Luke e Leia não tinham nascido e Darth Vader, então como Anakin Skywalker, não passava de um menininho. O "lado negro da Força" era representado pelo vilão Darth Maul, que teve poucas falas e logo foi exterminado.

Por que então George Lucas não seguiu o conselho chavão de que "em time que está ganhando não se mexe" e decidiu continuar com a saga?

O motivo parece óbvio: mesmo que os filmes da nova trilogia não consigam superar a cultuada série anterior, "Guerra nas Estrelas" é sucesso garantido, uma vez que arrasta para o cinema levas de admiradores que não conseguem resistir à atração da Força.

"Ah, os fãs mereciam isso. Ninguém aguentava tanta angústia", afirmou o "jedi" Roberto Fabrício, lembrando que o próximo episódio, agora, só em 2005.

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