Reuters
01/07/2002 - 19h11

Técnica de fertilização para homens é segura, dizem cientistas

da Reuters, em Viena

Uma técnica usada para tratar a infertilidade masculina é tão segura quanto a fertilização in vitro, mas pode elevar as chances de gerar uma menina, anunciaram hoje cientistas que participam da conferência anual da Sociedade Européia de Reprodução e Embriologia Humana em Viena (Áustria).

A injeção de esperma intracitoplásmica (ICSI), em que um único espermatozóide é injetado em um óvulo, tem ajudado homens com uma contagem de esperma baixa, ou de má qualidade, a serem pais. Os médicos, entretanto, estavam preocupados que isso pudesse aumentar o risco de más-formações congênitas do bebê.

De acordo com a médica Ulla-Britt Wennerholm, do Hospital da Universidade Sahlgrenska, em Goteborg (Suécia), a técnica masculina não oferece mais riscos do que a fertilização in vitro.

"No início, o procedimento era considerado mais arriscado do que a convencional fertilização in vitro (IVF), mas a maioria dos estudos feitos ultimamente demonstrou que não houve aumento nas más-formações congênitas em crianças nascidas por meio de um dos dois métodos", afirmou.

"A coisa mais importante que os pais devem saber é que o risco absoluto de uma má-formação congênita séria ou uma irregularidade cromossômica associada à IVF ou à ICSI é pequeno", acrescentou ela.

Mais meninas
Em um estudo separado apresentado durante a conferência, especialistas franceses verificaram que casais submetidos à ICSI são mais propensos a ter uma menina.

Eles compararam a proporção de sexo de 5.782 crianças nascidas pela fertilização in vitro e outras 4.744, cujos pais foram submetidos à ICSI. Na maioria dos casos da injeção, foram usados espermatozóides normais, mas em 204 casos, o sêmen foi cirurgicamente removido da epidídimo - uma via atrás dos testículos -, e em 130 casos, dos testículos.

Entre os bebês da IVF, houve 119 meninos para cada cem meninas. Mas entre as crianças do grupo da injeção de esperma, havia 99 meninos para cada cem meninas quando o sêmen ejaculado foi usado, 73 garotos para cem meninas quando o sêmen foi retirado do epidídimo.

"Parece haver uma proporção claramente menor de meninos com o uso da ICSI, principalmente se o espermatozóide vem do epidídimo ou dos testículos", disse o médico Jacques de Mouzon, do instituto de pesquisa francês Inserm.

Os cientistas afirmaram que mais estudos são necessários para confirmar os resultados e explicar se o número pequeno de garotos é decorrente das características do pai ou da técnica.
 

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