Reuters
25/05/2001 - 10h22

Bienal: Margaret George resgata fascínio de Cleópatra em livro

da Reuters, no Rio de Janeiro

A escritora norte-americana Margaret George é especialista em explorar personagens femininos da história. Para ela, enquanto Cleópatra era independente e competia em pé de igualdade com os homens, Mary, a Rainha da Escócia, era a típica heroína romântica. Para defender a rainha egípcia, ela veio ao Brasil para lançar "As Memórias de Cleópatra" (Ed. Geração Editorial, três volumes) na 10ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

"Cleópatra é uma das poucas figuras históricas que não requer adaptação para um público moderno. Era uma mulher que todas as mulheres modernas querem ser. Ela se achava descendente direta da deusa Ísis. Ao contrário de Cleópatra, Mary é aquele tipo de heroína presa no castelo esperando alguém salvá-la", disse Margaret.

Assim como Cleópatra, a rainha escocesa foi tema de um de seus livros ("Mary, Rainha da Escócia"), lançado antes de "As Memórias de Cleópatra", livro que levou sete anos para ser escrito.

Curiosamente, Margaret George aponta que foram as adolescentes de 13 anos as que mais gostaram de seu livro nos Estados Unidos. "Elas querem uma outra figura pública, além de Hillary Clinton", ressalta.

A tradução do terceiro volume de "As Memórias de Cleópatra" - "O Beijo da Serpente" - foi lançado no país este ano e já vendeu 100 mil exemplares.

O primeiro volume, "A Filha de Ísis", conta a história do romance da rainha do Egito com o conquistador romano Julio César, até este ser assassinado pelos senadores romanos.

"Sob o Signo de Afrodite" é o segundo volume da série. A trama gira em torno do tórrido romance de Cleópatra, já no auge de sua beleza e poder, com o general Marco Antonio, e os planos de ambos de construírem um império.

Em "O Beijo da Serpente", Cleópatra relembra a sua luta e a de Marco Antônio contra o vingativo Otávio, que tornou-se Augusto César.

História

Margaret George conta que sempre foi fascinada por personagens históricos. "Meu pai era do departamento de Estado e viajamos muito. Morei em Israel e aprendi muito sobre história lá", disse.

"Visitei o Egito quando eu tinha nove anos. O meu trabalho escolar foi sobre Cleópatra", completa a autora.

George admite, no entanto, que não se sente confortável de ter o seu trabalho comparado ao de um historiador, embora seja apontada pela crítica como boa na arte de fazer reviver na imaginação civilizações remotas.

"Eu não estou ensinando história, não sou historiadora. Como Shakespseare, me interesso pela psicologia por trás dos personagens. Ninguém vai ver uma peça de Shakespeare, tipo Ricardo 3º, para saber de história, e sim das motivações do rei", diz George, que é formada em literatura.

Maria Madalena

Autora também de "A Autobiografia de Henrique 8º", Margaret George se prepara agora para lançar o seu próximo livro, a história sobre Maria Madalena, a prostituta que seguiu Jesus Cristo. Ela também tem planos para escrever sobre Helena de Tróia e a rainha Elizabete 1ª.

"Também tenho interesse em escrever um romance sobre o Edgar Allan Poe", diz George, cujas principais influências literárias vão do americano Gore Vidal - um primo distante - à poesia de Emily Dickinson e de T. S Elliot.

Margaret George fará sessão de autógrafos nesta sexta-feira no estande da Geração Editorial e participa das conversas no Café Literário no sábado, às 18h30.

George está animada para conhecer mais o Brasil, país que considera "exótico". "Gosto de países tropicais, países quentes. Gosto de ficar vendo com há gente bonita aqui", diz.

Leia mais notícias sobre a Bienal do Livro
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca