Reuters
05/07/2002 - 19h36

Novo vazamento de óleo ameaça fauna em Galápagos

da Reuters, em Quito

Um pequeno barco derramou mais de 9.000 litros de diesel ontem perto das ilhas Galápagos, no Equador, região que abriga tartarugas, iguanas e leões-marinhos, em decorrência do impacto da forte corrente marítima no tanque.

Esta é a segunda vez em 18 meses que um barco derramou combustível nas águas das ilhas, que inspiraram o naturalista Charles Darwin a formular sua teoria da seleção natural no século 19.

Autoridades do parque contiveram a mancha a cerca de 1 km do porto e aplicaram agentes químicos para ajudar a quebrar o diesel. De acordo com registros preliminares, o óleo não atingiu a costa de Puerto Villamil, na ilha Isabela.

Nenhum animal foi afetado de imediato pelo vazamento. Autoridades ambientais admitiram que a mancha é pequena. Mas especialistas independentes disseram que ainda é muito cedo para medir o impacto nos microorganismos ou espécies marinhas.

"Não podemos quantificar os efeitos ou dizer quais espécies foram afetadas até que analisemos as espécies marinhas, peixes, moluscos e crustáceos para determinar sua real dimensão", disse Jaime Cevallos, representante da estação de pesquisa Charles Darwin.

Espécies raras
As ilhas Galápagos, localizada a mil quilômetros da costa do Equador, abrigam centenas de espécies únicas e atraem milhares de turistas por ano.

O arquipélago ainda está se recuperando de um vazamento em janeiro de 2001 de 1 milhão de litros de combustível.

Ecologistas do mundo inteiro levantaram preocupações em relação à capacidade do Equador de gerenciar as ilhas. "Há defeitos no transporte de combustível, todos os portos são perigosos", disse Cecilia Falconi, coordenadora da Fundação Natura, que atua nas ilhas.

O vazamento anterior foi levado para longe das ilhas pelas correntes do mar e o óleo evaporou sob efeito do sol. Mas um estudo recente mostrou que 62% das iguanas da ilha Santa Fé havia morrido um ano após o acidente, o que demonstra o sério dano que pode ser causado pelo vazamento de agora.

"Vai causar problemas, mas é difícil dizer quanto. Muito provavelmente afetará os animais, assim como o vazamento anterior afetou as iguanas", disse o biólogo independente Eduardo Pichilingue.
 

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