Reuters
09/07/2002 - 15h25

Conheça os mais recentes escândalos do mundo corporativo nos EUA

da Reuters

O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou hoje medidas para aumentar a transparência nas gestões empresariais e reprimir fraudes em práticas contábeis. A iniciativa é uma reação aos casos de manipulação contábil surgidos nos últimos meses em grandes corporações norte-americanas, e que tem abalado os mercados e a confiança dos investidores.

O caso da farmacêutica Merck, divulgado na segunda-feira, é o mais recente dos escândalos. A Merck informou que a Medco, uma divisão de serviços de saúde, registrou como receita US$ 14 bilhões que o grupo jamais recebeu.

A empresa reportou que a prática, revelada em documento encaminhado às autoridades regulatórias norte-americanas na sexta-feira, não teve efeito sobre seus lucros. A Merck informou ainda que planeja levar adiante seus planos para fazer a emissão inicial de um bilhão de dólares em ações da Medco no mercado a partir desta semana.

Os legisladores que estão investigando a WorldCom solicitaram na segunda-feira que os responsáveis pela fraude de US$ 3,85 bilhões fossem para a cadeia. Em junho, a gigante das telecomunicações demitiu seu diretor financeiro e anunciou que cortaria 17 mil empregos, depois de revelar que contabilizara despesas como investimentos de forma a permitir que reportasse um lucro líquido de US$ 1,38 bilhão em 2001, em lugar de um prejuízo.

Veja abaixo uma lista de outras empresas que estão sendo investigadas por alegações de irregularidade contábil, transações falsas ou recomendações ilegítimas de ações aos investidores:

- Reliant Resources: A empresa eliminou, na sexta-feira, US$ 7,9 bilhões em receitas registradas nos últimos três anos com operações falsas usadas para inflar seu volume de transações de energia e seu faturamento;

- Xerox: A companhia anunciou em junho que corrigiria os resultados de cinco anos para reclassificar mais de US$ 6 bilhões em receitas. Em abril, a empresa fechou um acordo para resolver extrajudicialmente as acusações de que usara ''truques contábeis'' a fim de iludir os investidores;

- Imclone Systems: A empresa de biotecnologia está sendo investigada por um comitê do Congresso norte-americano que deseja determinar se o grupo informou corretamente aos investidores que as autoridades negaram autorização para testes de um medicamento de combate ao câncer. Samuel Waksal, ex-presidente-executivo do grupo, foi detido em 12 de junho sob acusação de uso indevido de informações privilegiadas;

- Enron: Em 2 de dezembro, o maior grupo de energia norte-americano entrou em colapso -na maior falência na história dos Estados Unidos-, em meio a uma investigação que envolve fraudes contábeis para ocultar dívidas e inflar lucros;

- Andersen: A empresa de auditoria que cuidava das contas da Enron foi considerada culpada de obstrução da Justiça na investigação governamental do caso Enron, em 15 de junho, por um tribunal federal. Ela será sentenciada em 11 de outubro;

- Dynegy: A trading de energia que tentou se fundir com a Enron é alvo de diversos inquéritos federais sobre supostas operações falsas que tinham por objetivo elevar artificialmente sua receita e volume de operações. Chuck Watson, por muito tempo presidente-executivo do grupo, se demitiu em maio, e a empresa anunciou uma grande reestruturação;

- Adelphia Communications: A operadora de TV a cabo pediu concordata na terça-feira passada. A empresa está sendo investigada pelas autoridades regulatórias dos EUA e dois tribunais de instrução por empréstimos multibilionários aos fundadores do grupo, a família Rigas, que não foram contabilizados;

- Tyco Internacional: O conglomerado está sob investigação sobre o uso de fundos da empresa por executivos para adquirir casas e obras de arte. O antigo chairman do grupo, Dennis Kozlowski, demitiu-se em 3 de junho, um dia antes que fosse indiciado por sonegação de impostos de um milhão de dólares na aquisição de obras de arte;

- Merrill Lynch: A maior corretora de valores dos Estados Unidos, concordou em maio em pagar multa de US$ 100 milhões para encerrar um inquérito no Estado de Nova York sobre acusações de que manipulara as recomendações de ações a fim de conquistar clientes para sua divisão de investimentos. Em junho, a empresa suspendeu dois funcionários.;

- Global Crossing: O grupo de telecomunicações enfrenta investigações da polícia federal e da autoridade reguladora do mercado de capitais com relação a suas práticas contábeis. A empresa supostamente estaria envolvida em trocas de capacidade de rede com outras empresas de telecomunicações com o objetivo de inflar sua receita;

- Computer Associates: A empresa concordou em pagar multa de US$ 638 mil em abril para encerrar o inquérito do Departamento da Justiça sobre sua violação das regras de fusão devido ao anúncio antecipado de que adquiriria a Platinum Technology.

 

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