Reuters
09/07/2002 - 18h02

Jovens serão 70% dos infectados por HIV em 2010

da Reuters, em Barcelona

A taxa de infeção por HIV entre jovens pode chegar a 70% do total de contaminados até o final da década, quando 21,5 milhões jovens e adolescentes podem estar vivendo com o vírus.

Um trabalho divulgado hoje durante a 14ª Conferência Internacional de Aids demonstrou que cerca de um terço das 40 milhões de pessoas afetadas pelo HIV/Aids têm menos de 25 anos. Mais da metade de todos os novos casos de infecção identificados no ano passado ocorreu entre crianças, adolescentes e jovens. A maioria das vítimas vivia na África subsaariana.

"O HIV é uma epidemia dirigida, não completamente, mas principalmente aos jovens", avaliou Drew Altman, presidente da Kaiser Family Foundation, organização filantrópica com sede nos Estados Unidos.

No ano passado, 12,4 milhões de jovens viviam com HIV/Aids. Dos cinco milhões de novos casos identificados anualmente, cerca de seis em cada dez ocorrem em pessoas com menos de 15 anos.

Caso a epidemia continue seu curso atual e não exista melhora na prevenção, ampliação do acesso aos anti-retrovirais ou o desenvolvimento de uma vacina, a doença pode provocar mais de 21 milhões de mortes na população de 20 a 34 anos dos países mais afetados, somente nesta década.

"Em alguns países, a proporção de meninas vivendo com HIV é chocante", afirmou Altman. Em Botsuana, estima-se que as mulheres sejam 45% dos infectados. Em Lesoto, este índice pode chegar a 51%, e na África do Sul, país com maior número de casos, fica entre 21% a 31%.

Sem anti-retrovirais, a expectativa de vida entre a infeção pelo HIV e a morte é de oito a nove anos, em países da África subsaariana.

Os jovens são mais vulneráveis ao HIV em função da idade e do desenvolvimento emocional e físico. Não pensam que estão em risco e a maioria dos afetados não sabe que está infectada.

A Kaiser Foundation usou dados do Census Bureau dos Estados Unidos para fazer as projeções sobre a disseminação do vírus entre jovens. O trabalho concluiu que mudanças simples no comportamento como retardar o início da atividade sexual, reduzir o número de parceiros e o estimular o uso do preservativo podem fazer a diferença.

A prevenção é a grande mensagem desta conferência. Os especialistas alertam que sem iniciativas mais agressivas para interromper a transmissão do HIV podem ocorrer 45 milhões de novos casos de infeção nesta década.

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