Número de recém-nascidos infectados pelo HIV cai 80% nos EUA
da Reuters, em BarcelonaO número de recém-nascidos infectados pelo HIV nos Estados Unidos caiu 80% em uma década. O fato, considerado um dos maiores sucessos no combate à Aids, foi anunciado hoje na 14ª Conferência Internacional de Aids, que acontece em Barcelona (Espanha).
O número caiu de 1.760 para cerca de 280 a 370, entre 1991 e 2000, graças aos programas de exames voluntários, aconselhamento de gestantes e uso de anti-retrovirais. "É um grande sucesso", disse o pesquisador Robert Janssen, que apresentou os resultados.
O estudo, realizado por especialistas do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), é uma boa notícia, especialmente para países em desenvolvimento onde ocorre a maioria dos casos de transmissão materno-infantil, pois demonstra que é possível reduzir as taxas de infecção.
Entretanto, Janssen lembrou que o tratamento com drogas não é 100% efetivo e ficará mais difícil eliminar o vírus das crianças com o aumento do número de mulheres norte-americanas que vivem com o HIV.
Evitar a infecção da mãe é a melhor forma de garantir que a criança não será afetada pelo vírus, acrescentou o pesquisador.
Os dados apresentados durante a conferência demonstram que a infecção por HIV parece ter se estabilizado nos Estados Unidos em cerca de 10 mil novas infecções a cada dois anos e meio. As afro-americanas contribuem com cerca de 50% dos novos casos entre heterossexuais.
Patricia Fleming, uma das pesquisadoras da equipe, estima que cerca de 129.500 a 135.300 mulheres, entre 13 e 44 anos, viviam com HIV no ano 2000. Segundo o CDC, cerca de 80 mil mulheres na mesma faixa etária tinham o vírus em 1991.
Os cientistas usaram a taxa de nascimentos de estudos anteriores e novas estatísticas para determinar o número de mães HIV positivo. Eles usaram o período do diagnóstico e os níveis de tratamento preventivo para estimar o número de bebês infectados.
O risco da transmissão materno-infantil variou de 2% entre mulheres diagnosticadas antes do parto e submetidas ao tratamento com anti-retrovirais a 25% entre gestantes que não receberam tratamento e foram diagnosticadas após o parto.
Alguns estudos já demonstraram que o nevirapine, administrado às mulheres durante o parto e às crianças logo após o nascimento, é efetivo na prevenção da transmissão. Além disso, a cesariana também pode reduzir o risco de infecção da criança.
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