Reuters
16/07/2002 - 23h24

Fotografias e roupas de papel são exibidas na SPFW

da Reuters

O público que circula pelos andares do pavilhão da Bienal, prédio onde acontece a São Paulo Fashion Week desde segunda-feira, pode ir além dos flashes dos desfiles e conferir três exposições fotográficas baseadas na moda -mas realizadas fora do circuito fashion.

No segundo andar, "Meninas do Brasil", da diretora de filmes Mari Stokler, mostra mulheres das mais diferentes idades e quase sempre mulatas, expondo o cotidiano da periferia de cidades brasileiras através de suas personagens clicadas em bailes, ruas e lojas.

"As fotos são belíssimas e causam realmente um contraste com os desfiles bem comportados e com modelos sempre alinhados", disse Patrícia, que trabalha há 3 anos com figurinos de teatro e passeava pelo local na terça-feira.

Outra exposição a ser conferida localiza-se no térreo e é composta por 24 fotografias tiradas pelo mundo afora, selecionadas nos arquivos da revista National Geographic.

"O Discurso do Corpo" traz índios da América Latina, América do Norte e África, com suas vestimentas típicas. Miçangas, apetrechos corporais e tranças enfeitadas aparecem em imagens registradas ao longo do século 20.

Há também fotos de famílias tradicionais da Mongólia, com sapatos dourados pontiagudos e batas coloridas, ao lado de detalhes de pés indianos enfeitados com tornozeleiras de prata que se estendem até os dedões.

Pele e papel

Ainda no primeiro andar, a mostra "Cores Brasileiras" transforma a pele do brasileiro em uma verdadeira paleta de tons e texturas através de closes bem fechados, com 32 painéis postos lado a lado na parede, idealizados pelo artista plástico Maurício Ianês e realizados por Fernando Laszlo.

Para a estudante de moda Ana Paula, as imagens não diziam muita coisa até ela "parar para reparar o que eram". "Engraçado, de longe não parecia nada de mais, mas agora de perto dá para ver até as texturas das peles", declarou.

Outra exposição que atrai a atenção dos visitantes é "O Papel da Moda", das artistas plásticas Caterina Crepax e Angela dos Santos. Trata-se de uma mostra de figurinos que faz uso do papel como tecido, exibindo cerca de vinte modelos de vestidos inspirados em looks de estilistas presentes no evento.

No vestido de Alexandre Herchcovitch, bolinhas amassadas de papel são transformadas em botões e outras tonalidades viram desenhos de folhas estampadas na vestimenta branca. Recortado, o "tecido" ganha aparência de rendas e, amassado, dá a idéia de bordados nas barras de outras saias.

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