Reuters
21/07/2002 - 13h48

Batalha para tirar Chávez do poder será longa, diz oposição

da Reuters, em Caracas (Venezuela)

Os adversários do presidente venezuelano, Hugo Chávez, querem tirá-lo do poder custe o que custar -seja por impeachment, referendo, protestos de rua ou greves-, mas a batalha pode ser longa e exaustiva, disse um líder oposicionista.

Mais de três meses depois de Chávez ter sobrevivido a um golpe de Estado desajeitado e de curta duração, seus adversários políticos continuam frustrados e impacientes para pôr fim a seu turbulento governo, que já dura três anos.

Desde o golpe de abril, Chávez ignorou chamados por sua renúncia, fez pouco caso de várias grandes manifestações contrárias ao governo e zombou das tentativas oposicionistas de organizar uma greve geral e buscar seu impeachment por meio da Suprema Corte.

Elias Santana, que ajudou a organizar uma enorme marcha contra o governo realizada em Caracas no último dia 11, disse que a breve derrubada de Chávez por oficiais rebeldes, em abril, fomentou expectativas irreais de que seria fácil tirar o presidente do poder mais uma vez, apenas com manifestações.

Santana, que é locutor de rádio e militante pelos direitos civis, disse: "Infelizmente, isso nos levou a crer que estamos numa corrida dos 100 metros e que talvez a saída de Chávez esteja mais próxima do que imaginamos. Mas a sociedade venezuelana precisa parar por um instante e pensar em termos de uma maratona, com obstáculos".

Uma pesquisa de opinião recente indica que a popularidade de Chávez, que chegou a mais de 90% após sua vitória eleitoral, em 1998, caiu para pouco mais de 32% no mês passado.

Mas a mesma pesquisa também mostrou que, se houvesse eleições hoje, o voto oposicionista seria fragmentado, e o presidente ainda ganharia sem dificuldade com quase 35% dos votos, com uma vantagem de mais de dez pontos percentuais sobre seu rival mais próximo.
 

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