Reuters
22/07/2002 - 18h28

BBC levará ao ar polêmico documentário "9/11"

da Reuters, em Londres

A rede britânica de televisão BBC disse hoje que planeja levar ao ar o polêmico documentário norte-americano "9/11" no primeiro aniversário dos ataques aos Estados Unidos.

Ele fará parte de um pacote de programas que marcarão o aniversário dos atentados. "Há uma polêmica nos Estados Unidos devido à sensibilidade do assunto, mas eu devo salientar que o filme foi muito elogiado", disse uma porta-voz.

"O filme não explora os acontecimentos - é uma reportagem honesta, feita através dos olhos dos bombeiros (de Nova York)." A porta-voz disse que a versão da BBC, que será editada, mostrará um alerta antes do filme ir ao ar.

O documentário foi realizado por dois cinegrafistas franceses, Jules e Gedeon Naudet, e pelo amigo deles, o bombeiro James Hanlon. Inicialmente, ele deveria falar sobre o grupo de bombeiros do Departamento de Nova York.

Na manhã de 11 de setembro, Jules Naudet havia recebido uma chamada de rotina sobre um vazamento de gás a apenas alguns quarteirões do World Trade Center. Foi de lá que ele conseguiu as imagens do primeiro avião atingindo a torre norte. Ele acompanhou os bombeiros ao local e continuou filmando. Gedeon Naudet filmou as ruas próximas, enquanto seu irmão gravou imagens de dentro da segunda torre.

A rede norte-americana CBS levou ao ar "9/11" no dia 10 de março deste ano, apesar da preocupação dos parentes das vítimas em relação à exibição do documentário. Quando foi levado ao ar, o filme não continha imagens dos mortos, mas incluía barulhos dos corpos das pessoas que pularam das torres caindo no chão.

"9/11" é narrado pelo ator norte-americano Robert De Niro e teve uma audiência de 38,9 milhões de espectadores nos EUA.

Quase 3.000 pessoas morreram - entre elas cerca de 80 britânicos - quando aviões sequestrados atingiram as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Um terceiro avião atingiu o Pentágono em Washington e um quarto caiu na Pensilvânia.

As famílias das vítimas britânicas serão contatadas e haverá uma linha telefônica aberta para os telespectadores que ficarem perturbados. "Nós manteremos contato com as famílias das vítimas daqui para que elas saibam o que está acontecendo e para oferecê-las a chance de assistir antes do restante do público, se for o desejo delas", disse a porta-voz da BBC.

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