Reuters
24/07/2002 - 19h12

Blair designa 250 homens para conter paramilitares em Belfast

da Reuters, em Londres

O Reino Unido prometeu hoje combater os paramilitares da Irlanda do Norte como resposta à violência na Província, que substituiu a guerra aberta entre católicos e protestantes, anterior ao acordo de paz de 1998.

O governo anunciou o envio de 250 novos policiais e soldados a Belfast, onde a situação é mais grave. "O que temos de fazer é garantir que esse pequeno número de paramilitares - de ambos os lados - não afunde (o acordo), que é uma chance de garantir um bom futuro para a Irlanda do Norte", disse o primeiro-ministro Tony Blair ao Parlamento.

O secretário do governo para a região, John Reid, prometeu uma interpretação rígida dos acordos de cessar-fogo e vigilância reforçada sobre os membros das milícias, inclusive com revistas em casas e carros.

Desde o começo de maio, quando a violência se acentuou, as autoridades já prenderam 21 paramilitares protestantes e 15 católicos. A situação na Irlanda do Norte não é tão grave quanto nos tempos da guerra civil, mas neste ano recomeçaram os pequenos atentados e as agressões recíprocas. No começo da semana, um jovem católico foi assassinado, o que provocou reações indignadas e pôs o processo de paz em risco.

Reid disse que desde a assinatura do acordo de 1998, já houve 1.100 ataques de paramilitares - 700 de protestantes e 400 de católicos.

O primeiro-ministro da Irlanda do Norte, o protestante David Trimble, havia ameaçado renunciar ao cargo se Londres não tomasse ações enérgicas contra os republicanos católicos. Mas hoje ele reagiu com moderação ao discurso de Blair, limitando-se a propor um sistema de "auditoria objetiva" do cessar-fogo do IRA.

Mesmo assim, os unionistas (protestantes) consideraram o discurso de Blair "frustrante" e "inadequado". "Em termos políticos, não oferece nada de novo", disse o parlamentar Jeffrey Donaldson, do Partido Unionista do Ulster, que defende sanções ao partido católico Sinn Fein, ligado à guerrilha IRA.

Em Belfast, o Sinn Fein comemorou as medidas do governo, mas disse que Blair deveria ter atribuído mais claramente a culpa aos unionistas.

O IRA se comprometeu publicamente a não cometer mais atentados, mas os unionistas afirmam que há sinais de mobilização da guerrilha, e que o governo britânico fecha os olhos a isso.

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