Nova espécie de centopéia é descoberta no Central Park

da Reuters, em Nova York

Cientistas norte-americanos divulgaram hoje a descoberta de uma nova espécie de centopéia em pleno Central Park, o "coração" da maior cidade dos Estados Unidos.

Esta é a primeira vez que uma espécie é descoberta no parque - que chega a receber 20 milhões de pessoas por ano -, em mais de um século de existência.

A centopéia, batizada de Nannarrup hoffmani, é um predador carnívoro com dentes venenosos. No entanto, o adulto cresce até 10 milímetros, cerca de metade do tamanho normal, o que o transforma no menor tipo do mundo.

"É algo animador. É sempre uma celebração quando se encontra uma nova criatura na Terra. É muito interessante encontrá-la em seu próprio quintal", disse Michael Novacek, vice-presidente do Museu Americano de História Natural, de Nova York.

"Isso nos conta algo chocante sobre o que não sabemos, e não sobre o que sabemos. Há cerca de 1,5 milhão de espécies classificadas, mas pode haver entre 10 milhões e 50 milhões de espécies vivendo neste planeta."

Os cientistas do museu encontraram cerca de dez exemplares da nova espécie em dois lugares diferentes do parque em 1998. Eles mandaram as provas para Richard Hoffman, considerado o maior especialistas em centípedes nos Estados Unidos.

Quando Hoffman, curador do setor de invertebrados do Museu de História Natural de Virginia, não conseguiu identificá-los, exemplares foram enviados para especialistas na Itália.

"É uma nova classe e o grupo ao qual pertence vem da Ásia, então é muito estranho encontrar aqui", disse Kefyn Catley, professor da Universidade Rutgers e que trabalhou na pesquisa. "Está estabelecida como uma população reprodutiva, então é óbvio que está aqui há algum tempo;"

A pesquisa para determinar os animais e insetos que vivem no Central Park foi conduzida para estabelecer a melhor maneira de preservar sua biodiversidade e seu ecossistema. Novacek disse que o centípede é a primeira das novas espécies que o museu espera encontrar.

O habitat do animal - entre folhas e galhos caídos - é o mais diverso do parque. "Há um mosquito de fungo que provavelmente é uma nova espécie, mas ainda está sendo estudado por especialistas na Alemanha. Há também algumas aranhas interessantes", anima-se Catley.