Reuters
25/07/2002 - 19h41

Reino Unido rejeita bloqueio de importação de mogno brasileiro

da Reuters, em Londres

O grupo ambientalista Greenpeace fracassou em sua tentativa de bloquear a importação de mogno da Amazônia pelo Reino Unido, em um caso judicial que pode afetar os esforços para salvar a devastação da madeira.

O Greenpeace lutava contra a política do governo de permitir a importação, mas perdeu em um apelo contra a decisão do Supremo Tribunal britânico, que permitia a entrada da madeira no país.

No ano passado, o Brasil proibiu o comércio e o transporte de mogno após descobrir que 70% da madeira estava sendo cortada ilegalmente.

Em fevereiro, o governo brasileiro lançou a "Operação Resgate" - um plano para prender os exportadores ilegais e recuperar a madeira. Estima-se que o mogno acabará em oito anos na Amazônia com as atuais taxas de desmatamento.

Na Justiça, o grupo argumentou que o governo britânico estava rompendo as leis européias e internacionais ao não impedir o negócio. Também disse que a decisão britânica de não apreender os carregamentos em suas costas é uma contravenção da Convenção para o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES), que Londres assinou.

Os advogados do Greenpeace disseram que o Reino Unido deveria impedir todas as importações do mogno a não ser que as permissões de exportações sejam genuínas. Mas dois juízes da Corte de Apelações de Londres rejeitaram o caso, dizendo que o governo tem o dever de presumir que as permissões são válidas.

"É um terrível resultado para o futuro da floresta Amazônica," disse o diretor de campanha do Greenpeace, John Sauven, depois da audiência. "Um governo supostamente comprometido em conter o comércio ilegal de madeira deveria estar envergonhado por ter lutado ao contrário, por um resultado que permitirá que este comércio floresça."

A Comissão Européia disse em março para os países da União Européia não permitirem importações de mogno da Amazônia para a Europa sem garantias legais.

Alguns países europeus, como Alemanha, Holanda e Bélgica, apreenderam carregamentos dessa madeira nos últimos meses.
 

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