Reuters
28/05/2001 - 16h09

EUA querem que Otan reduza presença na Bósnia

da Reuters, em Budapeste (Hungria)

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse hoje que espera que os chanceleres da Otan reunidos em Budapeste decidam reduzir o contingente da aliança militar ocidental na Bósnia.

Os Estados Unidos vão defender no encontro desta semana o deslocamento de mais policiais da força multinacional para assumir o lugar dos militares, disse Powell.

Powell também tentou tranquilizar os aliados europeus dos EUA no sentido de que seu país continuará tendo presença na Bósnia "por muitos anos", apesar de talvez reduzir o seu contingente.

Os EUA têm tropas tanto na Bósnia quanto em Kosovo, mas o presidente George W. Bush quer reduzir o deslocamento de tropas em outros continentes. Powell disse que "haverá decisões amanhã para reduzir as tropas na Bósnia, mas ainda levará algum tempo antes que esses países possam cuidar dos seus próprios assuntos".

Segundo ele, só 11 das 19 planejadas Unidades Multinacionais Especializadas (equivalente à polícia) já chegaram ao país balcânico. "Vou pressionar por mais oito", afirmou.

Ele disse esperar que a reunião de dois dias se concentre na situação da Macedônia, onde tropas do governo têm dificuldades para acabar com uma guerrilha da etnia albanesa no norte do país, o NLA. Os rebeldes querem mais autonomia para os albaneses da Macedônia,

"Acho que verei os ministros defendendo o respeito à integridade territorial Macedônia, apoiando o novo governo de coalizão e unidade nacional, condenando as ações do NLA e encorajando o governo local a agir de maneira mais decidida rumo à reconciliação política", afirmou.

A reunião também vai tratar das relações entre a Otan e os planos de defesa da União Européia, aos quais os EUA dão apoio condicional. Powell disse que enviou seu assistente James Dobbins à Turquia no fim-de-semana para tentar resolver uma disputa entre turcos e europeus sobre as condições de acesso da União Européia a instalações de planejamento da Otan no país.

A Turquia é um membro da Otan, mas ainda não conseguiu ser aceita na UE, o que torna a questão delicada. Os EUA querem que os europeus gastem mais com a própria defesa, mas não querem afastar a Turquia do processo, pois o país é um importante aliado na sensível região do Oriente Médio e do Golfo Pérsico.

"Não sei se vamos conseguir uma solução até amanhã, mas vamos continuar trabalhando e buscando uma solução para depois de Budapeste", disse Powell.

Powell vai aproveitar para relatar aos seus colegas europeus sobre as conversas que manteve com o chanceler russo, Igor Ivanov, a respeito do projeto norte-americano para um novo sistema de defesa antimísseis.

Assessores de Powell dizem esperar que Ivanov vá a Budapeste para uma reunião do conselho permanente Otan-Rússia. Powell também deve participar, preparando terreno para uma reunião de cúpula entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos EUA, George W. Bush, na Eslovênia, em meados de junho.
 

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