Reuters
28/05/2001 - 17h44

Gelo do Ártico está derretendo rápido, diz explorador norueguês

da Reuters, em Ottawa (Canadá)

As placas de gelo que cobrem os mares do Ártico diminuíram consideravelmente de espessura nos últimos sete anos, alertou hoje um explorador norueguês que acaba de voltar de uma viagem solitária à região.

Boerge Ousland, 38, deu a declaração em uma entrevista hoje, logo após chegar de sua viagem de 82 dias na região, na qual percorreu 2.000 km, da ponta da Rússia até o Canadá, atravessando o pólo Norte.

O derretimento dos icebergs é uma das consequências do aquecimento global atribuído ao efeito estufa - a retenção de calor na Terra causada pela concentração de CO2 e outros gases.

Ousland, dono do recorde de distância percorrida em esqui, mediu a espessura do gelo em todo o trajeto e enviou os números para pesquisadores do Instituto Polar Norueguês. Os resultados serão comparados com outras medições feitas por ele, em 1994.

"O gelo no pólo Norte parece estar muito mais fino do que o normal, e isso fez com que ele ficasse mais quebradiço. Por causa disso, as condições [de travessia] estavam muito mais difíceis do que em 1994. A 87 graus Norte, [o gelo] diminuiu mais de um metro", disse o explorador.

As placas de gelo medidas por Ousland variavam de 60 cm a 180 cm de espessura. Estudos anteriores mostraram que a espessura das placas diminuiu cerca de 6% desde 1975.

Outra mudança ambiental percebida pelo explorador foi o aumento no número de ursos polares na região mais próxima ao pólo Norte. Uma explicação para o fenômeno é que o gelo fino altera a localização das focas, e obriga os ursos a viajarem mais para caçar.
 

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