Apesar do aperto, Café Literário foi ponto alto da Bienal
da Reuters, no RioAs longas filas em frente ao Café Literário e o aperto do espaço com capacidade para apenas 150 pessoas foram inconvenientes que não chegaram a tirar o brilho do mais badalado evento paralelo da 10ª Bienal Internacional do Livro, que terminou ontem.
Idealizado pela historiadora Rosa Maria Araújo em 1999, coordenadora cultural da décima edição da Bienal, o Café Literário foi um espaço montado com várias mesas de bar, onde o público interagiu com os escritores que sentavam em um sofá confortável num pequeno palco.
Nomes como o titã Tony Bellotto, preferido do público adolescente, ou ainda do cubano Pedro Juan Gutiérrez, autor de "O Rei de Havana" e "Animal Tropical", um sucesso entre o público feminino, foram alguns dos Cafés Literários mais concorridos. No entanto, muitas pessoas reclamaram das filas, da falta de organização dos debates e da proibição de se fazer perguntas.
"A estrutura não está nem um pouco legal. Deixei de vir a outros Cafés Literários por causa das filas no estacionamento, além da fila para pegar a senha para ver apenas a 40 minutos de conversa e não poder perguntar", disse o jornalista e escritor Marcelo Moutinho, de 28 anos.
Rosa Maria pretende criar mais Cafés Literários na próxima edição da Bienal para diminuir a superlotação, mas faz questão de explicar o conceito do espaço.
"O Café Literário é um lugar para os ídolos do leitor, é uma espécie de fã clube. Luis Fernando Veríssimo e Lygia Fagundes Telles foram alguns destes ídolos", disse.
O Café Literário despontou como o melhor evento paralelo da Bienal depois do primeiro domingo, no Dia da Espanha, quando o fã clube do autor começou a lotar com o debate sobre o romance policial. O sofá confortável reuniu Patricia Melo, Tony Bellotto, Luis Fernando Veríssimo e Luiz Alfredo Garcia-Roza. Logo depois, chegaram os espanhóis Manuel Vicent e Manuel Vázquez Montalbán, que travaram um duelo animado sobre o romance policial espanhol.