Reuters
02/08/2002 - 14h48

Emboscada contra polícia deixa cinco feridos na Venezuela

da Reuters, em Caracas

Um grupo fortemente armado atacou hoje uma patrulha policial em uma emboscada em uma favela de Caracas, ferindo pelo menos cinco pessoas. Foi o incidente mais grave desde a polêmica decisão judicial desta semana sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrida em abril.

Simpatizantes do presidente venezuelano, Hugo Chávez, estão indignados com a decisão da Suprema Corte de adiar a análise das acusações contra quatro militares que lideraram a conspiração.

A emboscada de hoje foi feita contra um veículo blindado da Polícia Metropolitana que patrulhava o bairro 23 de Janeiro. Um policial e quatro civis ficaram feridos. "Estão usando armas de guerra", disse o prefeito da capital, Alfredo Pena.

Moradores da favela usaram ônibus e caminhões para bloquear as ruas. Jornalistas foram ameaçados e expulsos.

A prefeitura fechou estações de metrô próximas e as avenidas que dão acesso ao palácio Miraflores, sede da Presidência, onde pequenos grupos de manifestantes jogavam pedras e rojões contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo.

"Isso é contra a polícia assassina e a decisão do tribunal", disse Guillermo Pérez, 40, um desempregado que participava das manifestações perto do palácio. "Estamos em desobediência civil contra o prefeito Pena e sua polícia", afirmou Pérez, que se diz opositor de Chávez.

A Suprema Corte voltará a avaliar no final do mês as acusações contra dois generais e dois almirantes acusados de tramar o golpe que afastou Chávez do poder por dois dias, em abril.

Quase quatro meses depois, o país continua muito dividido com relação à permanência de Chávez. Na quarta-feira, a polícia entrou em ação para controlar grupos que exigiam o julgamento dos golpistas.

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