Comissão diz ao Pentágono que sauditas são inimigos dos EUA
da Reuters, em WashingtonUma comissão que dá consultoria ao Pentágono disse no mês passado que a Arábia Saudita é um inimigo dos Estados Unidos e dá apoio ao terrorismo, segundo a edição de hoje do jornal "The Washington Post".
"Os sauditas são ativos em todos os níveis da cadeia do terror, desde o planejamento ao financiamento, do funcionário burocrático à infantaria, do ideólogo ao líder", diz o relatório preparado por Laurent Murawiec, analista da Rand Corporation.
O texto foi apresentado em 10 de julho ao Conselho de Política de Defesa, um grupo de intelectuais e oficiais da reserva que dá consultoria ao Pentágono. Aparentemente, segundo o jornal, essa análise foi encomendada como parte dos preparativos para um ataque ao Iraque. Murawiec sugere a Washington que pressione o regime saudita a parar de financiar grupos fundamentalistas islâmicos e de emitir comunicados contrários aos EUA e a Israel. Se Riad não obedecer, deveria sofrer sanções contra suas contas bancárias e poços de petróleo, sugere o consultor.
O Pentágono não comentou o relatório, mas disse que ele não representa a posição oficial do governo norte-americano. "A Arábia Saudita é uma aliada e amiga de longa data dos Estados Unidos. Os sauditas cooperam completamente na guerra global contra o terrorismo e gozam de profunda admiração do departamento e do governo", afirmou uma porta-voz.
O embaixador saudita em Washington, príncipe Bandar bin Sultan, disse ao jornal que nem levou o relatório a sério. "Repetir mentiras nunca as transformará em fatos", afirmou.
Segundo o jornal, o Conselho de Política de Defesa é composto pelo ex-vice-presidente Dan Quayle, pelo ex-secretário de Estado Henry Kissinger e pelos ex-secretários de Defesa James Schlesinger e Harold Brown, além de outros políticos e ex-militares.
