Reuters
06/08/2002 - 09h52

Separatistas matam 13 peregrinos hindus na Caxemira

da Reuters, em Srinagar

Com granadas e armas automáticas, supostos militantes separatistas da Caxemira mataram hoje 13 peregrinos hindus e feriram outros 32. O incidente aconteceu perto de Pahalgam, a base de uma peregrinação a uma caverna do Himalaia.

Os guerrilheiros saíram da densa floresta ao amanhecer e lançaram granadas e fizeram disparos contra os peregrinos que dormiam em tendas, segundo o Ministério do Interior.

Um dos militantes também foi morto -junto a ele havia um fuzil AK-47, munição e uma granada, segundo as autoridades indianas. "O tiroteio durou cerca de uma hora", contou um dos feridos.


Foi o atentado mais grave desde que no mês passado os militantes muçulmanos mataram 28 favelados da minoria hindu no Estado, disputado entre Índia e Paquistão.

Também hoje, dois militantes separatistas e um soldado indiano morreram na disputa por uma trincheira em Handwara, 90 quilômetros ao norte de Srinagar, capital de verão da Caxemira indiana.

Esses incidentes acontecem poucos dias depois de o governo indiano anunciar que realizará no mês que vem eleições na Caxemira, numa tentativa de legitimar seu domínio na região. A votação durará várias semanas e terá os resultados revelados em meados de outubro.

Analistas esperam que a guerrilha intensifique sua atividade até lá. "Era esperado. Você pode gritar, caçar os terroristas responsáveis, mas fora isso não há nada a fazer", afirmou o analista político Inder Malhotra, para quem o Paquistão se sentirá derrotado se permitir que a eleição ocorra.

A Índia acusa o Paquistão de treinar e financiar os rebeldes. O Paquistão admite apoio político à causa deles, mas ainda assim se comprometeu a combater a guerrilha em seu território, depois de um ataque ao Parlamento indiano, em dezembro, que resultou em um massacre e levou as duas potências nucleares à beira de uma guerra.

Agora, o Paquistão diz que já conseguiu conter a infiltração de guerrilheiros na Caxemira indiana, e propõe a realização de um plebiscito para que a população decida a que país quer pertencer. Essa proposta já foi aprovada pela ONU há mais de 50 anos.

A Índia colocou 12 mil soldados nos 380 quilômetros da rota da peregrinação hindu. Segundo a polícia, o último atentado foi cometido por três ou quatro militantes, que estão sendo caçados nas redondezas.

Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado. Há duas semanas, dois peregrinos haviam morrido e quatro ficaram feridos na mesma peregrinação, cujo objetivo é rezar em uma caverna onde os hindus veneram o deus Shiva.

No ano passado, os militantes mataram 29 pessoas em dois ataques contra essa peregrinação.

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
 

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