Reuters
06/08/2002 - 12h39

Conheça Alvaro Uribe, presidente que assume a Colômbia amanhã

da Reuters, em Bogotá

Alguns vêem nele a possível salvação da Colômbia, enquanto outros temem que sua gestão como presidente leve o país a uma guerra total. Alvaro Uribe, 50, assume a presidência da Colômbia amanhã com 70% de aprovação popular e com a tarefa de não desiludir um país que acredita poder sair da crítica situação econômica e social agravada pela violência.

Mas Uribe é cauteloso e advertiu que em quatro anos será difícil solucionar problemas como o desemprego, a pobreza e a desaceleração econômica. O que ele promete é tentar colocar em ordem a hoje caótica situação no país.

Reuters - 22.mai.2002
Alvaro Uribe, presidente eleito da Colômbia

O presidente eleito, que substitui o conservador Andrés Pastrana, não prestou serviço militar, mas uma de suas principais iniciativas é a de duplicar o número de efetivos das Forças Armadas para combater a guerrilha esquerdista e os paramilitares de ultradireita.

O país, com 40 milhões de habitantes, enfrenta uma guerra interna há 38 anos, que só na última década já matou 40 mil pessoas.

Logo após ser eleito, ele surpreendeu a todos e anunciou que buscará a paz com a guerrilha por meio da Organização das Nações Unidas (ONU).

Uribe, um dissidente do Partido Liberal, obteve uma ampla vitória nas eleições de 26 de maio, o que deverá impulsar suas iniciativas.

Uribe, uma advogado católico, casado e pai de dois filhos é considerado um homem de temperamento forte, direto e autoritário, que gosta também de cavalos e da vida campestre.

Com aspecto intelectual, rosto bem delineado e estilo pausado de falar, Uribe estudou direito e ao longo dos anos cursou especializações nas universidades de Harvard e Oxford. O homem nascido em Medellín, capital da província de Antioquia, foi acusado de relações com o narcotráfico e os paramilitares durante a campanha presidencial, especulações que ele negou e que não foram comprovadas até agora.

Autoridade
Uribe, cujo pai foi assassinado pelas esquerdistas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) há 19 anos, já criticou os diálogos de paz entre o governo e essa guerrilha, cancelados por Pastrana em 20 de fevereiro.

Por suas propostas de campanha, os críticos dizem que o presidente eleito busca empurrar o país para o abismo da guerra total.

Ele responde: "sou um democrata com autoridade. A Colômbia não tem autoridade e não conteve os grupos ilegais. Esses poderosos grupos feriram e prejudicaram a população e nosso Estado não a defendeu".

Uribe foi governador da Província de Antioquia entre 1995 e 1997, onde formou grupos de civis que apoiavam com informação as Forças Militares, alguns dos quais foram acusados de relações com os ilegais paramilitares que combatem a guerrilha.

O futuro presidente, que também foi congressista e prefeito de Medellín, a terceira cidade mais populosa do país, é uma das pessoas mais protegidas da Colômbia, já que foi declarado alvo militar das Farc, que podem tentar assassiná-lo.

O ato de posse do cargo ocorrerá em um recinto fechado com forte segurança. Em abril, em plena campanha, Uribe saiu ileso de um ataque com explosivos em uma cidade do Caribe, onde morreram quatro pessoas. Ele contabiliza 15 atentados durante sua carreira política.

Uribe sempre está acompanhado por mais de cem seguranças, entre eles policias fortemente armados. Ele apenas lamenta não poder andar de bicicleta pelas ruas, optando por exercitar-se em uma bicicleta ergométrica.

Leia mais no especial Colômbia
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca