Reuters
08/08/2002 - 18h03

Justiça da Venezuela não permite que oficiais golpistas sejam julgados

da Reuters, em Caracas

O Supremo Tribunal da Venezuela rejeitou hoje o pedido de levar a julgamento os quatro oficiais do Exército acusados pelo breve golpe de estado contra Hugo Chávez em abril, no momento em que simpatizantes do presidente venezuelano pedem a prisão dos militares.

Com tropas da Guarda Nacional formando um cordão de segurança ao redor do edifício, magistrados da Suprema Corte votaram pela rejeição da proposta de julgamento por acusações de rebelião. O caso desencadeou três dias de violentos protestos de rua na semana passada.

"Estou contente por ter havido justiça", disse o general do Exército Efrain Vasquez Velazco, um dos acusados.

Centenas de tropas antidistúrbios, apoiadas por veículos blindados e pelo menos um tanque leve, cercaram o prédio. Densas nuvens de fumaça preta emergiam dos pneus queimados como forma de protesto dos grupos de simpatizantes de Chávez.

Os quatro oficiais e outros acusados durante o golpe permanecem sob investigação e ainda podem enfrentar julgamento por outras acusações. Um juiz fará outra proposta sobre o caso nos próximos dias.

Confrontos violentos marcaram na semana passada foram as maiores manifestações populares desde que tropas leais colocaram Chávez de volta no poder, após ter sido derrubado por militares rebeldes em abril.

A polícia usou bombas de gás e tiros de borracha para controlar os manifestantes na semana passada, quando a Suprema Corte adiou a decisão para hoje.

A divisão política na Venezuela piorou desde o golpe. As negociações sobre reconciliação fracassaram e simpatizantes e opositores de Chávez trocam acusações de responsabilidade pelas mais de 60 mortes ocorridas durante o golpe, que durou de 11 a 14 de abril.

Chávez, eleito em 1998 com promessas de acabar com a corrupção e ajudar os pobres, é acusado pelos adversários de provocar divisão de classes e afundar o país na recessão.

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