Reuters
09/08/2002 - 10h42

Aborto entre adolescentes bate recorde no Japão

da Reuters, em Tóquio

As adolescentes do Japão realizaram um número recorde de aborto no ano passado, disseram autoridades de saúde hoje, disseminando ainda mais preocupação sobre o sexo entre os jovens.

Dados do Ministério da Saúde local mostram que as adolescentes realizaram 46.511 abortos, número superior aos 44.477 de 2000 e aos 26.117 de 1995. O número total de abortos também teve um pequeno aumento, de 341.146, de 2000, para 341.588 de 2001. Com isso, os abortos feitos por meninas abaixo dos 19 anos representam 40% do total.

A prática do aborto é legal no Japão e não está sujeita a debates religiosos ou políticos como acontece nos Estados Unidos e em outros países.

"A idade em que as adolescentes estão iniciando a vida sexual caiu e há um aumento do número das pessoas que dizem 'Estamos apaixonados, por que não?'", afirmou uma autoridade do ministério.

Agora, o órgão esboça uma pesquisa nacional para saber mais sobre a vida sexual dos adolescentes. A preocupação em torno do sexo entre jovens aumentou ainda mais quando os dados apontaram que os casos de doenças sexualmente transmissíveis entre jovens também aumentaram.

O número de adolescentes entre os 10 e os 14 anos infectados com gonorréia bateu o recorde e chegou a 2.030 em 2001, e os que pegaram clamídia, que pode causar infertilidade, foi de 6.363, também um recorde.

Uma pesquisa conduzida pelo governo de Tóquio neste ano observou que 45,6% dos jovens entre 17 e 18 anos declararam ser sexualmente ativos, índice superior aos 39% de 1999.

As camisinhas são a forma preferida de contracepção no Japão e, embora as pílulas anticoncepcionais tenham sido aprovadas em 1999, mais de três décadas depois de terem aparecido no Ocidente, a procura por elas ainda é pequena, em razão, principalmente, a notícias de potenciais efeitos colaterais.

"Mesmo com as aulas de educação sexual nas escolas, tanto os professores quanto os pais acreditam que os preservativos são a melhor forma de evitar uma gravidez e dizem aos filhos para usá-los", disse Kunio Kitamura, diretor da Associação de Planejamento familiar.

"Os preservativos com certeza são melhores para prevenir doenças, mas existem muitos problemas ligados à contracepção, especialmente entre adolescentes", acrescentou.

 

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