Reuters
12/08/2002 - 14h19

Dois anos depois, Rússia lembra vítimas do submarino Kursk

da Reuters, em Moscou

A Rússia inaugurou dois memoriais e todos os navios militares do país hastearam suas bandeiras a meio-mastro hoje em homenagem aos 118 marinheiros que morreram no naufrágio do submarino nuclear Kursk, há dois anos.

Parentes e amigos das vítimas assistiram ao descerramento de uma estátua de mais de quatro metros, em Moscou, que representa um marinheiro em frente ao submarino.

Na base marítima de Vidyayevo, onde o Kursk ficava atracado, outro monumento foi inaugurado, mostrando apenas a torre do submarino saindo do mármore negro.

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Pessoas levam flores a monumento erguido em homenagem aos 118 mortos do submarino Kursk, que naufragou há dois anos


"Essa dor vai durar até o fim dos nossos dias, nunca morrerá", disse Lidiya Silagava, mãe de um dos marinheiros mortos.

O Kursk naufragou no mar de Barents (Ártico) em 12 de agosto de 2000, quatro meses após a posse do presidente Vladimir Putin. O presidente foi muito criticado por não ter interrompido suas férias quando soube da tragédia, que se tornou um símbolo da decadência do poderio militar herdado dos soviéticos.

Uma investigação oficial disse que um torpedo explodiu dentro do submarino, mas não conseguiu descobrir por que isso aconteceu.

Um documentário exibido no domingo pela TV disse que os militares levaram vários dias para divulgar ao público a gravidade do acidente, prolongando a agonia dos parentes das vítimas.

O mesmo filme garante que logo após o acidente os investigadores descartaram a hipótese de uma colisão com um submarino da Otan ou dos EUA, mas essa versão permaneceu durante meses na boca das autoridades. O governo russo passou mais de uma semana tentando uma operação para resgatar os tripulantes do submarino, que não se sabia se estavam vivos ou mortos.

Desde então, Moscou vem tentando corrigir a imagem de indecisão e incompetência deixada pelo acidente. O governo já gastou dezenas de milhões de dólares para resgatar os destroços e os cadáveres. Putin também demitiu comandantes da Marinha e determinou o pagamento de polpudas indenizações às famílias.

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