Reuters
30/05/2001 - 18h36

Disney faz alterações para exibir "Pearl Harbor" no Japão

da Reuters, em Nova York

A Walt Disney Company espera que o filme "Pearl Harbor" seja visto pelos japoneses apenas como uma comovente história de amor. Para isso, algumas mudanças já foram feitas no filmes antes de sua estréia no Japão.

A versão distribuída no Japão terá "algumas modificações muito pequenas", disse Mark Zoradi, presidente da Buena Vista International, a subsidiária da Disney que fará a distribuição fora dos EUA.

Uma das mudanças está numa cena de briga de cães, quando um dos personagens principais descreve os pilotos japoneses apenas como "japs", em lugar de "jap suckers" (japoneses idiotas), como na versão americana.

As falas em japonês do almirante que planejou o ataque serão dubladas novamente para serem melhor ouvidas pelo público japonês.

Os críticos dizem que, preocupada em não ofender o Japão, segundo maior mercado mundial de cinema, a Disney praticamente passou por cima da agressão japonesa na Ásia e adotou o argumento de muitos japoneses: o de que o Japão teria sido forçado a atacar Pearl Harbor devido ao embargo petrolífero dos EUA.

Zoradi disse que os responsáveis pelo filme tentaram evitar retratar os japoneses como "selvagens atacantes", a imagem padronizada por outros filmes de guerra feitos em Hollywood.

Quando "Pearl Harbor" estrear no Japão, em julho, a ênfase da promoção será dada ao triângulo amoroso entre dois pilotos americanos e uma enfermeira da Marinha, com a guerra como pano de fundo.

A importância do filme ser bem-sucedido no Japão é grande porque "Pearl Harbor" é um épico produzido a um custo de US$ 140 milhões.

Nos EUA, segundo estimativas divulgadas na última segunda-feira, o filme arrecadou US$ 75,1 milhões no feriado prolongado, o que o torna o filme com a segunda maior bilheteria no feriadão.

Nesse feriado de Memorial Day, quando os EUA rendem homenagem a seus mortos na guerra, "Pearl Harbor" suscitou uma retomada do interesse pelo ataque e serviu de gancho para documentários de televisão.

Mas a mesma coisa não deverá se repetir no Japão. "Pearl Harbor" está sendo promovido no país do mesmo modo que foram promovidos filmes como "Titanic" e "Armageddon", ou seja, com destaque para a história de amor e o drama humano, deixando os efeitos especiais em segundo plano.

A fórmula funcionou bem, já que as melhores bilheterias desses dois filmes fora dos EUA foram no Japão: cerca de US$ 225 milhões para "Titanic" e US$ 115 milhões para "Armageddon".
 

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