Enchentes se agravam e geram prejuízos na Europa

da Reuters, em Dresden (Alemanha)

Enchentes recordes continuavam a ameaçar hoje uma série de cidades históricas da Alemanha e também Budapeste, depois de devastar grandes trechos da Europa Central na semana passada, deixando quase cem mortos.

Os líderes da Europa Central deveriam reunir-se hoje em Berlim para discutir os enormes custos da trilha de destruição aberta pelas águas na Alemanha, Rússia, Áustria e República Tcheca.

Reuters

Soldados e voluntários alemães empilham sacos de areia para proteger represa de enchente em Bitterfeld

Enquanto o nível do rio Danúbio subia rapidamente na Hungria, as barreiras contra enchentes foram fortalecidas entre a fronteira da Eslováquia e Budapeste, capital da Hungria, onde a previsão é que o rio alcance seu nível máximo na noite de hoje.

As autoridades acham que as barreiras de dez metros vão conseguir se manter em pé.

Dezenas de milhares de alemães foram retirados de suas casas e muitos as perderam, quando uma onda desceu pelo rio Elba, devastando a cidade de Dresden, considerada uma jóia arquitetônica, a caminho do mar, em Hamburgo.

Mas o perigo maior agora já se deslocou para cidades alemãs situadas rio abaixo em relação a Dresden.

Milhares de pessoas foram retiradas da cidade industrial de Bitterfeld, no leste da Alemanha, ex-comunista, em meio a temores de um desastre ambiental se a água de uma barragem rompida atingir fábricas químicas da região.

As autoridades disseram que a situação estava crítica em Turgau, onde a água atingiu hoje seu ponto mais alto, após a retirada de cerca de 10 mil pessoas.

Até mesmo o centro de comando dos esforços de resgate precisou ser transferido para um local mais alto, e o premiê da Saxônia disse temer que as barreiras não contenham o avanço do rio.

As autoridades da região setentrional de Mecklenburg-Vorpommern disseram que podem ter que retirar 30 mil pessoas da área, e o Ministério do Meio Ambiente, na cidade central da Hannover, disse que é possível que a enchente só atinja sua região na metade da próxima semana.

Alguns dos maiores museus da Europa, incluindo a galeria de arte Zwinger Palace e o teatro de ópera Semper, em Dresden, tiveram que ser fechados e terão que passar por reformas amplas.

O chanceler alemão, Gerhard Schröder, vai se reunir hoje com líderes da Áustria, República Tcheca e Eslováquia, em Berlim. A expectativa é que o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, também esteja presente.

O Banco Europeu de Investimentos disse que vai conceder créditos de milhões de euros aos países atingidos na Europa Central para financiar a reconstrução das áreas devastadas.

Os custos totais na Alemanha estão sendo estimados em mais de 10 bilhões de euros.