Reuters
30/05/2001 - 22h11

Tribunal nos EUA começa a decidir pena para terroristas

da reuters, em Nova York

A pena de morte é a única punição justa para dois sauditas condenados pelo ataque à bomba contra a embaixada norte-americana em Nairóbi (Quênia) que matou 213 pessoas e feriu 4 mil outras em 1998, disse um promotor federal hoje.

Seu pedido pela execução dos acusados aconteceu durante audiência na qual parentes das vítimas descreveram o pesadelo que mudou para sempre suas vidas.

"A única punição justa, a única punição que seria compatível com esse crime, é a pena de morte", disse o promotor-assistente Patrick Fitzgerald aos jurados de um tribunal de Nova York que determinarão se os dois acusados serão sentenciados à morte pelos atentados contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia em 1998.

A audiência para decisão pela pena de morte aconteceu um dia depois da condenação de quatro acusados ontem por conspirarem juntamente com o dissidente saudita Osama bin Laden para matarem norte-americanos.

Dois dos homens foram considerados culpados por envolvimento direto nos atentados de 1998 contra as embaixadas e que mataram 224 pessoas, incluindo 12 norte-americanos.

Os dois acusados, o saudita Mohamed Rashed Daoud al-'Owhali, 24, e o tanzaniano Khalfan Khamis Mohamed, 27, estão enfrentando processos separados que determinarão se serão condenados à morte ou passarão o resto da vida presos.

Al-'Owhali confessou à polícia federal dos Estados Unidos (FBI) que dirigiu o caminhão bomba para a embaixada em Nairóbi. Ele sobreviveu à explosão e foi medicado junto com as vítimas.

Bin Laden, acusado de ser um dos autores intelectuais dos atentados, é um dos homens mais procurados pelos EUA e um dos 13 que ainda estão foragidos. Acredita-se que ele esteja no Afeganistão e o governo norte-americano já ofereceu uma recompensa de US$ 5 milhões a quem oferecer informações que levem à sua captura.

O governo do Afeganistão, controlado pelo grupo extremista religioso Taleban criticou as condenações e o porta-voz Mullah Abdul Hai Muttmaen disse que a decisão do tribunal de Nova York "é claramente e totalmente injusta".
 

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