Reuters
21/08/2002 - 19h39

Nasa tem poucas esperanças de recuperar sonda perdida

da Reuters, em Washington

A sonda Contour, projetada pela Nasa (agência espacial norte-americana) para pesquisar cometas ganhou velocidade hoje, mas não responde aos comandos dos operadores. Uma funcionária da missão disse que há poucas chances de recuperar o equipamento, que quebrou no momento em que deixava a órbita terrestre.

A Contour, que custou US$ 159 milhões, foi lançada em 3 de julho. Em 15 de agosto, a comunicação com a Terra parou, no momento em que um de seus foguetes era acionado com combustível sólido, para impulsionar a saída da órbita.

O previsto era que a comunicação fosse retomada uma semana depois, mas isso não ocorreu. Segundo o site da missão (www.contour2002.org), duas partes da sonda foram avistadas na sexta-feira, na rota correta, e um terceiro segmento foi detectado mais tarde.

"Há pouca esperança", afirmou Helen Worth, porta-voz do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, de Washington, onde trabalham os controladores.

Hoje, as peças da Contour já estão a 1,2 milhão de quilômetros da Terra, viajando a 22 mil quilômetros por hora. Por isso, será cada vez mais difícil para os cientistas observar o equipamento a partir do chão, apesar de uma rede mundial de telescópios gigantes estar empenhada nessa tarefa até domingo.

Depois disso, os cientistas continuarão buscando sinais da sonda semanalmente, até dezembro, quando haverá uma nova chance, pois as antenas da sonda devem estar numa posição melhor nessa época para estabelecer contato.

"Sabemos que não há muitos motivos para o otimismo nesta semana. Mesmo na segunda semana de dezembro, quando temos nossa melhor posição, as chances são pequenas, mas ainda assim vale a pena monitorar", disse em um comunicado o diretor da missão, Robert Farquhar.

A Contour foi programada para passar ao lado do cometa Encke, em 2003, e pelo Schwassmann-Wachmann 3, em 2006. Mesmo separadas, as peças continuam na rota programada para investigar o núcleo de dois cometas.

Os cientistas afirmam que os núcleos dos cometas estão congelados há 4,6 bilhões de anos - época em que os planetas estavam se formando. Por isso, podem revelar segredos importantes sobre a formação do Sistema Solar, o surgimento da vida na Terra ou a extinção dos dinossauros, por exemplo.

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