Palestinos se opõem a fim de atentados, mostra pesquisa
da Reuters, em Ramallah (Cisjordânia)Pouco mais da metade dos palestinos se opõe ao fim dos atentados suicidas contra civis israelenses e desaprova as negociações em torno de uma trégua gradual.
Estes são os resultados obtidos em uma pesquisa divulgada hoje pelo Centro Palestino para a Política e a Pesquisa, que ouviu 1.320 palestinos na Cisjordânia e na faixa de Gaza.
Dos entrevistados, 53% se opõem às negociações pelo fim dos atentados, medida que tem apoio de 43%. Há uma margem de erro de três pontos percentuais.
Desde o início da Intifada (revolta popular palestina contra a ocupação israelense), aumentou de 17% para 27% o apoio popular a grupos islâmicos extremistas, como Hamas e Jihad Islâmica. Nesse período, segundo o centro, a aprovação à Fatah - movimento do líder palestino Iasser Arafat - caiu de 37% para 26%.
O apoio a Arafat se manteve estável em 34% (era de 35% em maio), mas é inferior aos 46% que ele tinha em setembro de 2000, quando começou a Intifada.
Logo atrás de Arafat na pesquisa de popularidade está Marwan Barghouti, líder do Fatah que está sendo julgado por Israel. Em dezembro de 2001, ele tinha a simpatia de 11% dos palestinos, número que saltou para 19% em maio e 23% em agosto.
Mais de dois terços dos palestinos defendem a criação do cargo de primeiro-ministro na Autoridade Nacional Palestina (ANP), mas 48% não querem que ele tenha mais poder que Arafat. Por outro lado, 44% acham que o premiê deve ter o comando da ANP, relegando Arafat a uma posição cerimonial.
Cedendo à pressão dos Estados Unidos, Arafat prometeu reformas políticas e a realização de eleições gerais em janeiro, além de reformas financeiras e na estrutura de segurança da ANP. Mas por enquanto Arafat resiste em se afastar do cenário político, como preferiam os governos norte-americano e israelense.
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