Saiba mais sobre o juiz espanhol Baltasar Garzón
da Reuters, em MadriUma charge recentemente publicada na Espanha mostrava uma grande mão expulsando Adão e Eva do Jardim do Éden. Adão se volta desafiadoramente para cima e pergunta: "Quem você acha que é para nos tirar do paraíso? O Garzón?".
O alvo da piada era o todo-poderoso juiz da Audiência Nacional (Suprema Corte) Baltasar Garzón, que parece estar envolvido em todos os casos importantes da Justiça, a ponto de muitos se perguntarem como esse homem maníaco por trabalho tem tempo para todos eles.
No exterior, Garzón é conhecido como o juiz que pediu a extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, há alguns anos, e incomoda outros militares latino-americanos envolvidos em casos de torturas e desaparecimentos.
Dentro da Espanha, ele é um personagem influente na política nacional, por causa de decisões como a de segunda-feira, quando determinou o fechamento provisório do partido separatista basco Batasuna, acusado de ser o braço político do grupo armado ETA (Pátria Basca e Liberdade).
Folha Imagem - 17.nov.2000 |
O juiz Baltasar Garzón |
Mas foi ele também quem comandou as investigações sobre os GAL, um grupo paramilitar que torturou e matou supostos membros do ETA durante a chamada "guerra suja" espanhola.
Direitos Humanos
Filho de um trabalhador pobre da Andaluzia, Garzón, 46, se tornou juiz provincial aos 23 anos e aos 32 já estava na Corte Suprema de Madri. Casado, pai de três filhos, foi eleito deputado em 1993 pelo Partido Socialista e em seguida assumiu o programa nacional antidrogas, mas pediu demissão um ano depois, acusando o governo de ser tolerante com a corrupção.
Em junho, ele disse que estava preocupado com as possíveis violações aos direitos humanos decorrentes da "guerra contra o terrorismo" desencadeada em 11 de setembro. "Você não pode nunca cruzar a linha da legalidade, nem nos momentos mais difíceis do terrorismo ou da ameaça à sociedade. A diferença entre eles [os terroristas] e nós é precisamente essa."
Por causa de sua atuação contra os ex-ditadores latino-americanos, Garzón foi indicado em fevereiro para o Prêmio Nobel da Paz, por iniciativa de ativistas da região. Mesmo tendo fracassado, sua tentativa de julgar Pinochet, em 1998, é considerada um marco no direito internacional.
O juiz também investigou, no ano passado, as pistas que levaram à prisão na Espanha de militantes da rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.
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