Reuters
29/08/2002 - 10h46

Britânicos acham dia da morte de Diana um dos mais importantes

da Reuters, em Londres

Já faz cinco anos que Diana, a princesa que encantava os plebeus britânicos, morreu em um acidente de carro num túnel de Paris. Mas seu legado continua influenciando o comportamento da família real e da imprensa.

Segundo uma pesquisa divulgada na semana passada, muitos britânicos consideram o fatídico 31 de agosto de 1997 como uma das datas mais importantes da história de seu país.

Não haverá celebrações oficiais pelos cinco anos de sua morte, porém mais uma vez seus amigos e empregados não vão deixar a data passar despercebida. Um desses empregados, o guarda-costas Ken Wharfe, está lançando um livro, "Diana: Segredo Muito Bem Guardado", em que promete contar tudo que os tablóides nunca descobriram.

O lançamento do livro foi cuidadosamente programado para coincidir com a data. Wharfe conta que certa vez a princesa deixou que ele a visse nua, e em outra ocasião pulou de uma varanda para fugir dos fotógrafos. Diz-se que os príncipes adolescentes William e Harry, filhos de Diana, ficaram irritadíssimos com a obra, embora não seja a primeira vez que um ex-funcionário entrega detalhes picantes sobre a princesa.

O conde Spencer, irmão de Diana, disse recentemente numa entrevista que ela mudou para sempre o comportamento da família real. "O maior legado de Diana para os filhos e sucessores é que ela tornou as coisas muito mais aceitáveis no contexto real, e mostrou à velha guarda no Palácio de Buckingham que há muitas coisas que as pessoas esperam (da realeza)."

Neste ano, mais do que nunca, a família real teve a chance de demonstrar o seu lado humano, tão cobrado quando Diana morreu -só depois de cinco dias de luto desesperado do povo a rainha Elizabeth 2ª se dirigiu aos súditos, de forma um tanto relutante, para elogiar as virtudes da nora.

Em fevereiro de 2002, morreu a princesa Margaret, irmã da rainha. Um mês depois foi a vez da Rainha-Mãe, com a venerável idade de 101 anos. Escolado pelo incidente anterior, o príncipe Charles, visto como frio e cruel na morte da ex-mulher, saiu rapidamente a público para homenagear "a vibrante e querida tia" e "a avó mágica".

Também a rainha desta vez está muito mais próxima do seu povo. Na celebração do 50º jubileu de seu reinado, ela abriu os jardins do palácio para concertos de música pop, viajou por todo o país e participou de uma festa proletária num subúrbio de Londres.

Para Charles, a recompensa por seu novo comportamento foi imediata. As pesquisas de opinião mostram que agora a maioria dos britânicos acha que ele deve receber autorização para se casar com Camilla Parker-Bowles, pivô da separação entre ele e Diana, em 1996.

E, ironicamente para uma família real que nunca viu Diana com bons olhos, graças às lições tiradas com a sua morte, a rejeição à monarquia caiu em um ano de 34 para 12%.

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