Reuters
29/08/2002 - 12h13

Pepsi tira do ar anúncio com rapper Ludacris

da Reuters, em Los Angeles

A mais recente campanha publicitária que visava cultivar uma nova geração de consumidores de Pepsi entre setores minoritários da população norte-americana perdeu boa parte de seu gás.

A Pepsi-Cola da América do Norte anunciou ontem que vai tirar do ar seu comercial de 30 segundos com o rapper Ludacris, em função de queixas de consumidores contra as letras das canções do artista, repletas de linguagem chula e sexualmente explícita.

Uma porta-voz da gravadora do rapper, Def Jam, disse estar "chocada" com a notícia.

O anúncio foi feito um dia depois que Bill O'Reilly, apresentador do programa "The O'Reilly Factor", da Fox News Channell, acusou a Pepsi de imoralidade por usar Ludacris para promover seu produto, exortando seus espectadores a boicotar a empresa de refrigerantes.

"Peço aos americanos responsáveis que reajam e punam a Pepsi por usar um homem que degrada as mulheres, que incentiva o abuso de substâncias e que faz todas as coisas que prejudicam especialmente aos pobres em nossa sociedade", disse O'Reilly.

O apresentador mencionou a letra de uma faixa do álbum "Word of Mouf" (2001), de Ludacris, em que o rapper diz ter ''putas em diferentes zonas postais''.

Ludacris foi um entre vários artistas, incluindo a cantora colombiana Shakira e o astro de TV Bernie Mac, contratados pela Pepsi este ano como parte de sua nova campanha publicitária "multicultural", voltadas às minorias.

Nascido em Atlanta, Ludacris, um dos maiores nomes no chamado movimento "Dirty South" do hip-hop, ficou conhecido como sendo o rapper mais sexualizado entre os que lideram as paradas das rádios urbanas.

Segundo a porta-voz da Pepsi, Bart Casabona, a empresa não estava consciente de até que ponto o trabalho do rapper é sexualmente explícito e acrescentou que a decisão de retirar o anúncio do ar foi motivada "por reações manifestadas por nossos consumidores".

Não é a primeira vez que a Pepsi enfrenta problemas em função de um artista. Em 1989, depois de pagar a Madonna supostos US$ 5 milhões por um contrato válido por um ano, a empresa retirou do ar um comercial com ela.

O motivo dado foi que muitas pessoas confundiram o comercial com o polêmico videoclipe de "Like a Prayer", em que Madonna aparece com chagas como as de Cristo nas mãos, cantando diante de crucifixos em chamas.

Mas aquele anúncio pode parecer moderado, quando comparado às provocações da princesinha do pop Britney Spears, que se tornou uma das maiores garotas-propaganda da Pepsi.
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca