Reuters
30/08/2002 - 13h39

Harrison Ford, ícone americano, volta ao cinema como russo em "K-19"

da Reuters, em Hollywood

"K-19 - The Widowmaker", estréia desta sexta-feira, se baseia num incidente real, ocorrido em 1961, no qual o submarino nuclear soviético de mesmo nome quase se desintegrou durante a Guerra Fria.

O filme traz Harrison Ford, um ícone do cinema norte-americano, na pele de um russo. Mas o papel tem o que ele sabe fazer de melhor: um personagem duro e forte.

Alguns cineastas russos devem estar sentindo que o direito de contar esta história seria primeiro deles, mas o poderio cinematográfico de Hollywood invadiu o território e ganhou a primazia.

Muito mais do que o recente "A Soma de Todos os Medos", "K-19" é um verdadeiro thriller sobre a Guerra Fria, embora os esforços para fazer o elenco norte-americano soar, agir e parecer inteiramente russo em alguns momentos pareçam forçados.

Depois de enfrentar problemas de protocolo e com a falha mecânica de seu novo submarino, o comandante Mikhail Polenin (Liam Neeson), é afastado por superiores, que colocam em seu lugar o capitão Alexei Vostrikov (Ford).

Este hesita em levar o submarino, que ainda não foi testado, para a linha de frente marítima, mas seus argumentos são derrotados pelo marechal Zelentstov (Joss Ackland).

Embora o roteiro de Christopher Kyle deixe de mencionar vários dos primeiros problemas do reator nuclear do K-19, ele os substitui com doses de misticismo russo, sob a forma de maus augúrios: o homem encarregado do reator é encontrado bêbado e é substituído por um novato; a garrafa de champanhe para batizar o navio não quebra quando é batida contra o casco, e o médico do navio morre num acidente inesperado.

Num primeiro momento Polenin, leal a seus homens e um pouco rebelde em relação à autoridade, vai se adaptando a um papel secundário sob o comando de Vostrikov, embora sinta que o capitão está pressionando os homens e o submarino demais, com iniciativas que incluem o disparo experimental de um míssil nuclear.

Mas o teste dá certo, e o Kremlin manda o K-19 para a costa norte-americana, entre Washington e Nova York.

É nesse momento que a ação chega ao auge, quando o reator apresenta um vazamento, criando o risco de um desastre nuclear total.

Como o vazamento está acontecendo numa área selada, Vostrikov tem que enviar duplas de homens para ir lá dentro e soldar a rachadura manualmente, mesmo sabendo que sua entrada vai liberar radioatividade que vai espalhar-se pelo submarino de maneira potencialmente incontrolável. A intensidade da situação chega ao auge quando a contaminação alcança seu nível máximo.

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