Reuters
02/09/2002 - 16h15

Festival Rio BR abre maratona cinéfila em 26 de setembro

da Reuters, no Rio e em São Paulo

Cinéfilos cariocas vão precisar de muito fôlego, vários baldes de pipoca, aquele velho moletom do fundo da gaveta e paciência para enfrentar filas. Dia 26 de setembro começa o Festival Rio BR de Cinema, com centenas de produções espremidas em 14 dias de mostra _quatro dias a mais do que no ano passado.

Apesar da alta do dólar, que tem provocado uma crise no setor cultural brasileiro, os organizadores do Rio BR afirmam que as dificuldades financeiras vão ficar longe das salas de exibição.

"Sem dúvida nenhuma a alta do dólar afetou [a realização da mostra], encarecendo e dificultando o [planejamento do] evento, mas com muito jogo de cintura e perseverança conseguimos nos superar e até crescer em relação a 2001", disse Eduardo Valente, presidente da sessão Premiére Brasil, que abrigará 12 produções nacionais em competição.

O Rio BR foi criado em 1999 na esteira da fusão entre o grupo Cima, realizador do antigo Rio Cine, com o grupo Estação, responsável pela Mostra Rio.

No ano passado, mais de 400 produções, incluindo longas, documentários e curtas-metragens brasileiros, foram exibidas em 25 salas do Rio de Janeiro e reuniram cerca de 150 mil cinéfilos, de acordo com a organização do Rio BR.


Destaques brasileiros

Este ano, sete longas de ficção e cinco documentários brasileiros vão competir pelo Prêmio BR. A mostra competitiva Premiére Brasil ainda será composta de três filmes "hors concours" (fora de competição): "Durval Discos", de Anna Muylaert, "Houve Uma Vez Dois Verões", de Jorge Furtado, e "A Festa de Margarete", de Renato Falcão.

O melhor filme de ficção receberá 200 mil reais, e o melhor documentário será premiado com 100 mil reais. A eleição é feita através da votação do público após cada sessão.

Entre os longas em competição, os destaques ficam para "Dois Perdidos Numa Noite Suja", de José Joffily, destaque do Festival de Gramado e baseado na peça de Plínio Marcos sobre a realidade de dois brasileiros vivendo em Nova York, e "Madame Satã", de Karim Ainouz, sobre João Francisco dos Santos, figura folclórica do submundo carioca.

Já entre os documentários o favorito é "Ônibus 174", de José Padilha, que retrata o sequestro de um ônibus no Rio de Janeiro que culminou na morte de uma refém em 2000.

O público também vai eleger o melhor curta-metragem, que será premiado com a quantia de 10 mil reais _15 produções estarão competindo no festival.

Além da Première Brasil, o festival conta ainda com as sessões Panorama Mundial, Première Latina, Mostra Gay, Geração Futura, Midnight Movies e Expectativa.


Estréias internacionais

O festival também sediará algumas estréias internacionais, como o novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, "Hable com Ella" (ainda sem título oficial em português), que traz o baiano Caetano Veloso interpretando a música "Curucucu Paloma".

"Hollywood Ending", de Woody Allen, "Amen", de Costa Gravas, e "24 Hours", de Michael Winterbotton, são mais alguns títulos que compõem a lista de exibições estrangeiras.

Eduardo Valente se mostra otimista quanto ao sucesso da mostra deste ano. "Em 2001, somente uma das salas recebeu 22 mil espectadores. Tenho certeza de que este ano vamos superar bastante essa marca, pois além do festival ter quatro dias a mais, a cada ano o público vem aumentando", afirmou.

Ainda não estão confirmadas as presenças de astros e diretores internacionais, mas há expectativa de muito burburinho e glamour no festival, que em anos anteriores recebeu Louis Malle, Forest Whitaker, Carlos Saura, John Waters e Harvey Keitel, entre outros.

Durante os 14 dias de mostra também acontecerão workshops e debates. O Festival Rio BR antecede em um mês a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, também patrocinada pela BR Distribuidora.
 

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