Reuters
03/09/2002 - 09h04

China e Rússia dão apoio ao Protocolo de Kyoto

da Reuters, em Johannesburgo (África do Sul)

A Rússia e a China deram hoje seu apoio ao Protocolo de Kyoto, documento internacional que prevê a redução na emissão dos poluentes que provocam o efeito estufa, ou aquecimento global.

O primeiro-ministro russo, Mikhail Kasyanov, disse na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável que seu país deve ratificar o tratado em breve. O tratado tem um mecanismo que prevê sua entrada em vigor apenas quando os países responsáveis por pelo menos 55% da emissão de dióxido de carbono o ratificarem.

Com a Rússia, essa quota estará praticamente atingida, mesmo que o país que mais emite poluentes, os Estados Unidos, tenha rejeitado o protocolo.

Os países da União Européia são os que mais fazem campanha para que o Parlamento russo aprove o tratado, que uma vez em vigor permitirá o envio de ajudas especiais a países pobres atingidos pela mudança climática.

Pouco antes de seu discurso ao plenário da cúpula, a reportagem questionou o primeiro-ministro russo se a ratificação acontecerá neste ano. "Talvez neste ano", respondeu.

Ainda hoje, a China, segundo maior poluidor do mundo, anunciou a ratificação do tratado. Mas, sendo um país em desenvolvimento, a China não precisará cumprir metas de redução nas emissões dos poluentes, o principal dos quais é o dióxido de carbono resultante da queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão.

No futuro, porém, é possível que a China seja incluída no sistema de metas de redução.

"Gostaria de anunciar aqui que o governo chinês ratificou o Protocolo de Kyoto", declarou o primeiro-ministro Zhu Rongji aos delegados da cúpula. A medida já era esperada.

O Protocolo de Kyoto prevê que em 2012 as emissões de dióxido de carbono devem ser cinco por cento inferiores às de 1990. O governo dos Estados Unidos rejeita o tratado por considerar que ele será lesivo à indústria nacional.

Zhu disse que, com as reformas pró-capitalismo e a abertura, a China alcançou um crescimento anual de 9,3% ao longo da última década. Ele afirmou também que o crescimento populacional "excessivamente rápido" foi contido. A China tem 1,2 bilhão de habitantes.

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