Biografia diz que Putin quase virou taxista após sair da KGB
da Reuters, em MoscouO presidente russo, Vladimir Putin, temeu ficar sem emprego e reduzido a dirigir um táxi quando deixou a KGB durante o golpe de 1991, revela a segunda parte de sua biografia, lançada hoje.
Reuters - 1.nov.2001 |
Vladimir Putin, presidente da Rússia |
Putin contou ao autor do livro, Oleg Blotsky, que pensou em usar como táxi o carro Volga, de fabricação soviética, que comprou enquanto era agente de inteligência da KGB na então Alemanha Oriental.
"Para ser franco, pensei: se os golpistas forem vitoriosos e não me puserem na cadeia, como vou sustentar minha família?", conta o atual presidente no livro, referindo-se ao golpe de agosto de 1991, que desencadeou no fim da União Soviética.
Quando Putin voltou para seu país, em 1990, após cinco anos trabalhando em Dresden, foi trabalhar na universidade em sua cidade natal, São Petersburgo (na época conhecida como Leningrado) e, mais tarde, como assistente do prefeito da cidade, um importante reformista. Mas ele continuou a cumprir missões para a KGB.
Segundo Blotsky, Putin deixou a KGB aos 39 anos, no auge do golpe contra o presidente soviético Mikhail Gorbachev -, um ano antes da aposentadoria obrigatória, aos 40 anos.
O fato de ele fazer questão de dizer que deixou a KGB durante a tentativa de golpe, e não depois dela, foi uma maneira de se dissociar dos golpistas, entre os quais figuravam altos nomes da hierarquia comunista e o diretor da KGB, Viktor Kryuchkov. O Partido Comunista foi posto na ilegalidade semanas após a derrota do golpe.
Apesar disso, Putin reitera no livro que nunca lamentou ter sido espião e que o trabalho que fez na KGB foi positivo para seu país.
Como o primeiro livro da biografia, que conta a história da juventude do atual presidente, o segundo é composto principalmente de lembranças positivas de amigos e familiares de Puntin que, em seu segundo mandato, domina por completo o cenário político russo.
O volume final deve ser lançado até novembro de 2003, já na fase que antecede as próximas eleições presidenciais. Putin ainda não disse se será candidato à reeleição mais uma vez, mas muitos partidos políticos já presumem que sim.
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