Reuters
09/09/2002 - 12h05

Tribunal egípcio condena 51 militantes islâmicos à prisão

Da Reuters, no Cairo

Um tribunal militar do Egito condenou hoje 51 militantes muçulmanos à prisão, por conspirarem com o assassinato de figuras públicas e de oficiais de segurança e por formarem um grupo secreto ilegal.

Os homens foram detidos no ano passado sob uma lei que proíbe a formação de qualquer grupo político islâmico. O tribunal absolveu outros 43 réus, incluindo dois notáveis pregadores, Nash'at Ahmed Mohamed Ibrahim e Fawzi Said Ahmed.

O tribunal impôs a Magdy Hussein Mohamed, Omar Khalifa Ibrahim e Omar Hagayiev, de nacionalidade russa, a rígida sentença de 15 anos de prisão com trabalho forçado. Os outros acusados pegaram sentenças menores. Sete deles foram julgados à revelia.

Os advogados disseram que os réus incluíam quatro egípcios com passaportes norte-americano, holandês e canadense, um iemenita e três da República do Daguestão. Dois dos acusados são pilotos.

Grupos de direitos humanos dizem que o Egito usa a justiça militar porque não confia em seus veredictos de acusação em cortes civis.

Os condenados não têm direito de apelar, mas podem fazer uma petição ao presidente Hosni Mubarak para derrubar as sentenças.

O advogado de defesa, Mamdouh Ismail, disse que as sentenças eram leves para os padrões de tribunais militares.

O Egito prendeu centenas de supostos militantes muçulmanos desde os ataques de 11 de setembro aos Estados Unidos. Grupos de direitos humanos acusam as autoridades de usar a guerra contra o terror de Washington para reprimir dissidentes políticos.

O maior grupo de oposição do Egito, a Irmandade Muçulmana, se tornou tecnicamente ilegal desde 1954. Ela representa no parlamento cerca de 20 políticos independentes.
 

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