Colômbia pede ajuda mundial na guerra contra as drogas
da Reuters, em Nova YorkO presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, implorou à comunidade internacional na segunda-feira (9) que cumpra seu compromisso com a guerra ao terrorismo agindo contra o comércio ilegal de narcóticos e congelando os bens de pessoas que financiam atos extremistas em seu país.
Em discurso apaixonado para a Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Uribe, que assumiu o governo no mês passado, uniu o pedido por ação a um sombrio retrato dos efeitos da guerra no país. Há 38 anos guerrilheiros de esquerda, grupos paramilitares de direita e Forças Armadas se enfrentam na Colômbia.
Reuters - 22.mai.2002 |
Alvaro Uribe, presidente da Colômbia |
Com proteção das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a cerca de 300.000 produtores de coca, o país tornou-se o maior produtor da droga no mundo. Isso permite aos rebeldes arrecadar US$100 milhões por ano com dinheiro proveniente da cocaína, dizem autoridades.
"Não podemos continuar com ações e decisões tímidas, pela metade. Enquanto debatemos sem parar, mais drogas são plantadas e vendidas pelo terrorismo", disse Uribe.
"Exigimos cooperação efetiva porque a violência...é financiada através do comércio mundial de drogas e é realizada com armas que não são feitas na Colômbia", disse Uribe, que teve o pai morto por guerrilheiros das Farc e venceu a eleição prometendo jogar duro com os rebeldes de esquerda.
"Não nos mandem suas armas. Destruam seus mercados de drogas e seus precursores químicos. Ajudem-nos com interdições aéreas e apreensões de drogas no Pacífico e no Caribe", pediu Uribe aos membros da ONU.
Os Estados Unidos forneceram mais de 1,5 bilhão de dólares em ajuda militar nos últimos quatro anos para a Colômbia combater as drogas. Uma nova lei norte-americana permite que os colombianos usem o dinheiro também na luta contra as milícias paramilitares de direita e guerrilheiros de esquerda, que Washington qualifica de terroristas.
Uma resolução da ONU antiterrorismo ordena o congelamento de contas bancárias, investimentos e outros bens de pessoas que cometem atos terroristas.
"Essa resolução é um sinal morto nos países onde circulam os recursos que financiam os atos terroristas na Colômbia", disse, sem especificar países.
Ele também afirmou que a Colômbia precisa de ajuda para destruir drogas e trabalhar no reflorestamento.
Pedindo para os bancos internacionais e agências de ajuda dobrarem seus compromissos e recursos na Colômbia, Uribe prometeu que o "dinheiro não será usado para gastos inúteis ou para salvar falências, mas para ser investido no interesse dos pobres, para garantir governabilidade".
Uribe encontrou-se com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que repetiu sua oferta de ajudar a encontrar um acordo político para a crise na Colômbia.
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