Reuters
17/09/2002 - 12h50

Buraco na camada de ozônio sobre Antártica pode fechar até 2050

da Reuters, em Sydney

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártica pode fechar dentro de 50 anos porque o uso do gás CFC (clorofluorcarbono), que destrói o ozônio, está diminuindo.

A boa notícia foi dada por Paul Fraser, do instituto governamental australiano de pesquisas (Csiro), em um relatório divulgado hoje na ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo ele, a diminuição vem sendo registrada desde 2000. "O maior culpado na produção do buraco de ozônio é o CFC e sua presença começou a diminuir na baixa atmosfera," disse Fraser. "O buraco no ozônio estará recuperado por volta de 2050."

O estudo aponta progressos consistentes na recuperação da camada de ozônio e afirma que a concentração de CFC atingiu seu pico em 2000. As medições mostram que durante uma década a camada de ozônio deve permanecer vulnerável.

O ozônio é essencial para a vida na Terra porque protege o planeta das radiações ultravioleta, que são emitidas pelo Sol e podem causar problemas para a saúde do homem e do planeta.

O CFC ataca a molécula do ozônio que se concentra sobre a Antártica. Esse gás começou a ser usado na década de 30 em geladeiras, aparelhos de ar-condicionado e sprays e seu efeito dura várias décadas. No entanto, a partir do momento que a atmosfera esteja livre do CFC, a tendência é que a camada se recomponha naturalmente.

Em 1987, o Protocolo de Montreal determinou que os países desenvolvidos deveriam reduzir pela metade, até 2005, a produção e o uso do CFC. Até 2007, o corte deve ser de 85%. Desde que o acordo foi estabelecido, a ONU faz relatórios quadrienais sobre o assunto. O último afirma que o tratado internacional está atingindo seus objetivos.

Fraser monitora a partir da Tasmânia (sul da Austrália) a camada de ozônio na Antártica. Ele diz que em 1950 o nível de CFC na atmosfera era zero; em 2000, havia 2,15 partes de cloro por milhão, mas esse indicador caiu 1% desde então.

No entanto, ele alerta que o buraco na camada de ozônio só vai fechar completamente se os países continuarem aderindo ao protocolo e se outros fatores, como os gases do efeito estufa, forem controlados.

Veja uma animação sobre a camada de ozônio no especial Rio +10

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