Reuters
18/09/2002 - 18h22

Cérebro idoso aprende tanto quanto o jovem, mostra estudo

da Reuters, em Londres

Ao contrário do se pensa, é possível ensinar novos truques a cérebros idosos ou com danos cerebrais, desde que isso seja feito lentamente.

Cientistas da Universidade de Stanford (EUA) mostraram que corujas conseguiram se adaptar melhor a novas situações desde que fossem ensinadas lentamente. Eles acreditam que as descobertas, descritas na revista "Nature" (www.nature.com), possam ser aplicadas no ensinamento de adultos que sofreram danos cerebrais.

"Em vez de exigir que as corujas aprendessem tudo de uma vez, nós dividimos o problema em pequenos passos", disse um dos autores do estudo, Brie Linkenhoker. "Descobrimos que elas podem aprender bem mais dessa maneira."

Os cientistas colocaram lentes nas corujas, alterando seu campo visual. As corujas desenvolvem um "mapa mental" unindo sons e visão para caçar à noite.

Eles descobriram que as corujas jovens se adaptaram melhor à lente que as mais idosas, porque seu cérebro respondeu de modo diferente. Mas quando os cientistas mudaram as lentes das corujas mais idosas e foram alterando o campo visual delas aos poucos, perceberam que elas se ajustaram quase tão rápido quanto as aves mais novas.

Eric Knudsen, que contribuiu para a pesquisa, disse que uma melhor compreensão de como cérebros maduros funcionam pode ajudar na recuperação de pacientes humanos. "Muita terapia é feita sem que se saiba como a mente funciona", afirmou.

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