Reuters
21/09/2002 - 13h23

EUA dizem que alta do petróleo pode prejudicar a economia mundial

da Reuters, em Osaka (Japão)

Os Estados Unidos, em um aparente golpe contra o cartel da Organizações dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), disseram hoje que altos preços de petróleo poderiam prejudicar o crescimento da economia mundial.

"Altos preços poderiam produzir um efeito dominó indesejável nas economias do mundo", disse o secretário de Energia norte-americano, Spencer Abraham.

"Se o mundo industrializado sofrer uma queda econômica, seus mercados para os produtos dos países em desenvolvimento irão contrair, prejudicando as economias em desenvolvimento", acrescentou, sem contudo citar diretamente a Opep.

Abraham fez seu pronunciamento na sessão de abertura do Fórum Internacional de Energia em Osaka, a cerca de 60 países produtores e consumidores de petróleo, incluindo a maior parte dos países que integram a Opep.

Ele falou depois que a Opep se opôs esta semana aos pedidos dos países consumidores por aumento na produção de petróleo devido ao aumento da demanda de inverno no hemisfério norte.

O acordo entre os países-membros da Opep ajudou a manter os preços do petróleo perto dos US$ 30 dólares o barril. Porém, segundo negociantes, os planos dos Estados Unidos de derrubar o ditador iraquiano, Saddam Hussein, a força, se necessário, são o fator maior por trás da alta de 40% neste ano dos preços de petróleo.

Abraham condenou as altas do petróleo desde meados da década de 1990, dizendo que os preços voláteis estavam "tornando-se cada vez mais problemáticos".

Outros grandes consumidores deram eco às preocupações de Abraham. O comissário de Energia da União Européia, Loyala de Palacio, disse a repórteres: "Há preocupação de que os preços estejam no topo do limite. Isso não ajuda a recuperação econômica que está levando mais tempo do que o esperado".

"Na nossa opinião, o preço equilibrado a longo prazo é pouco mais que US$ 20", acrescentou.

O ministro de Energia indiano, Ram Naik, afirmou que o preço confortável para a Índia é entre US$ 22 e US$ 24 o barril. "O preço atual me inquieta e também a muitas países em desenvolvimento como a Índia", disse.

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