Reuters
10/10/2002 - 09h00

Manifestantes venezuelanos apóiam generais dissidentes

da Reuters, em Caracas

Grupos de oposição ao governo da Venezuela fizeram ontem uma manifestação de apoio a generais do Exército que romperam relações com o presidente Hugo Chávez. Eles conseguiram impedir a prisão de dois desses militares.

Centenas de pessoas participaram do protesto, agitando bandeiras do país e batendo panelas em várias partes da cidade. Hoje está prevista uma outra manifestação, ainda maior, exigindo a convocação de eleições antecipadas, hipótese descartada por Chávez.

Reuters - 14.abr.2002
Hugo Chávez, presidente da Venezuela
Chávez e seus opositores se acusam mutuamente de planejar atos de violência. Há seis meses, uma outra manifestação terminou em várias mortes, o que precipitou um golpe militar que afastou Chávez do poder durante dois dias.

Os protestos de ontem acabaram impedindo que, em duas ações separadas, agentes de inteligência militar prendessem os generais Manuel Rosendo e Enrique Medina, que haviam criticado Chávez. Ambos estão sendo processados em uma corte marcial por sua suposta participação no golpe de abril. Eles pediram a seus colegas que não atuem contra a manifestação de hoje.

Os manifestantes de ontem também cercaram a casa de um terceiro oficial rebelde, o general Néstor González. Com isso, os agentes do governo não puderam revistar o local. Chávez, ex-coronel do Exército, disse que as manifestações desta semana são parte de um novo complô contra seu governo, eleito em 1998.

Tanques
As Forças Armadas reforçaram a segurança em Caracas por causa da manifestação hoje. Tanques foram enviados para os arredores do palácio presidencial e de quartéis considerados estratégicos. Na noite de ontem, os moradores de um bairro fizeram um "panelaço" contra a presença de uma patrulha militar, que acabou se retirando.



Rosendo, Medina e González estão entre os cerca de 300 oficiais que já foram afastados e estão sendo investigados por causa do golpe. Chávez alertou "a oligarquia fascista e golpista" a não tentar derrubá-lo outra vez. "Eles não devem pensar que por trás da marcha conseguirão fazer outro golpe. Não. O povo e as Forças Armadas estão em alerta", disse ele em discurso a oficiais da reserva.

Seus opositores dizem que Chávez está levando a Venezuela a um regime comunista no estilo cubano. Eles dizem que o governo tem interesse em provocar violência antes ou durante a passeata de hoje, para usá-la como pretexto para a introdução de medidas de exceção.

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