Manifestantes venezuelanos apóiam generais dissidentes
da Reuters, em CaracasGrupos de oposição ao governo da Venezuela fizeram ontem uma manifestação de apoio a generais do Exército que romperam relações com o presidente Hugo Chávez. Eles conseguiram impedir a prisão de dois desses militares.
Centenas de pessoas participaram do protesto, agitando bandeiras do país e batendo panelas em várias partes da cidade. Hoje está prevista uma outra manifestação, ainda maior, exigindo a convocação de eleições antecipadas, hipótese descartada por Chávez.
Reuters - 14.abr.2002 |
Hugo Chávez, presidente da Venezuela |
Os protestos de ontem acabaram impedindo que, em duas ações separadas, agentes de inteligência militar prendessem os generais Manuel Rosendo e Enrique Medina, que haviam criticado Chávez. Ambos estão sendo processados em uma corte marcial por sua suposta participação no golpe de abril. Eles pediram a seus colegas que não atuem contra a manifestação de hoje.
Os manifestantes de ontem também cercaram a casa de um terceiro oficial rebelde, o general Néstor González. Com isso, os agentes do governo não puderam revistar o local. Chávez, ex-coronel do Exército, disse que as manifestações desta semana são parte de um novo complô contra seu governo, eleito em 1998.
Tanques
As Forças Armadas reforçaram a segurança em Caracas por causa da manifestação hoje. Tanques foram enviados para os arredores do palácio presidencial e de quartéis considerados estratégicos. Na noite de ontem, os moradores de um bairro fizeram um "panelaço" contra a presença de uma patrulha militar, que acabou se retirando.
Rosendo, Medina e González estão entre os cerca de 300 oficiais que já foram afastados e estão sendo investigados por causa do golpe. Chávez alertou "a oligarquia fascista e golpista" a não tentar derrubá-lo outra vez. "Eles não devem pensar que por trás da marcha conseguirão fazer outro golpe. Não. O povo e as Forças Armadas estão em alerta", disse ele em discurso a oficiais da reserva.
Seus opositores dizem que Chávez está levando a Venezuela a um regime comunista no estilo cubano. Eles dizem que o governo tem interesse em provocar violência antes ou durante a passeata de hoje, para usá-la como pretexto para a introdução de medidas de exceção.
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